Vinte e um - Mason

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Mason Cooger

O FARFALHAR DE música e da conversa é alto. Meus pensamentos já não estão mais nítidos, á uma leve confusão dentro de mim. Aceno para o barmen que passa na minha frente pedindo mais uma dose.

A tantos copos vazios na minha frente que jogo a cabeça para trás rindo. Apontando o dedo conto 1, 2, 3, 4... e não acaba. Me mexo na banqueta, e sou atingido por uma merda de tontura me obrigando a apoiar firme na madeira do balcão.

Acho que estou um pouco bêbado.

O barmen enche meu copo com a bebida que pedi. Ele é novo, parece um universitário. Fico encarando-o imaginando se ele aceitaria largar essa parada de vida simples que leva  mexendo com gente nojenta embriagada e ganhando um salário de merda para trocar com a porra da minha vida. 

Cai entre nós, eu daria todo lixo da herança bilionária que sou malditamente destinado apenas se pudesse encontrar alguém que me fizesse... por quem eu morreria...

Que porra eu to pensando?

Olho vidrado para o copo em minha mão analisando o líquido amarelo dentro. A que ponto eu cheguei hein? Quase pergunto para objeto.

Sinto uma pessoa atrás de mim, e quase sorrio de raiva. Sabia que minha mãe descobriria, agora sim a minha vida virara um inferno. Já basta Camila ter me ligado me intimidando como se fosse a porra da Lauren.

— Perseguição é crime, sabia? Vou ligar para meus advogados — assino minha sentença gastando minha última saliva de humor. Solto uma risada e dou um gole na bebida aliviando a tensão que sobe pelo meu corpo.

— Ei, vamos embora — a voz doce chega ao meus ouvidos e uma mão leve toca meu ombro.

Viro meu rosto na hora em sua direção.

Camila me olha com seus olhos resplandecente. A pupila como sempre luzente e o verde cristalino da qual me deixa a porra de preso por horas observando a beleza.

— D-deixar eu pensar... — me enrolo nas palavras, mas acho que ela não percebe enquanto ainda analiso-a — ...não.

Remetendo minhas palavras e o trabalho que vou dar se ela continuar insistindo ao perceber isso a ruiva na minha frente me olha de uma forma tão decepcionada e inocente que eu acho que nunca vi... algo tão angelical antes.

Não consigo me segurar e acabo achando graça do seu jeitinho todo delicado e de princesinha. Gargalho na sua frente sentindo tudo engraçado a minha volta, não me lembro da última vez que ri.

— Porque você bebeu? — sua voz sai tranquila ao contrário do seu semblante todo preocupado.

Olho para o copo ainda preso entre meus dedos a pergunta de Camila dança na minha cabeça. Por que afinal eu bebi? Para esquecer Lauren ou a culpa infernal que me persegue?

E enquanto a mesma se acomoda ao meu lado, viro o copo acabando com o resto da minha felicidade.

— Por... por causa... dela — tampo meu rosto com as mãos largando o copo no balcão.

Por causa dela, da culpa infernal que eu carrego desde o maldito acidente, por causa da minha vida antiga... acrescento mentalmente.

Eu perdi tudo.

Meu Destino #2Onde histórias criam vida. Descubra agora