Meu Destino #2

Trinta e nove - Mason

Mason Cooger

Estou vestido prontamente para o baile. O terno clichê está em meu corpo, optei pelo meu cabelo baixo com ajuda de gel. Ao me olhar no espelho me assusto com a marcação dos meus músculos na roupa. Meu corpo inteiro esta maior e forte.

Um ano atrás, nesse momento estaria indo buscar Lauren. No baile provavelmente ficaríamos bêbados e chapados rapidamente. Pegariamos a corôa, veríamos algum vexame e por fim, viria o prazer de ser mais um ano letivo o destaque. Agora para mim não se passa de uma grande merda.

Me pergunto como não cansei daquela vida miserável.

Uma namorada que só estava comigo por dinheiro, um pai ganancioso que me fazia querer ser igual, uma imagem criada por cima das pessoas, um primo falso e pessoas ao me redor com segundas intenções. Nada disso me faz falta.

Enquanto atravesso o corredor silencioso arrumando minha gravada concentrado, levanto a cabeça para não bater minha cara em algo.
Sempre houve vários quadros nas paredes com frases e animais da qual minha mãe curti. Mesmo a decoração não fazendo tanto sentindo com o estilo da casa, meu pai nunca se opôs.

Porém, noto um no fundo que eu nunca havia reparado antes, e isso me faz parar pra observá-lo melhor.

O quadro não se trata de impressões como os demais, e sim de uma fotografia. Supostamente tirada no Natal do ano passado.

Sorrio maravilhado olhando a imagem pela primeira vez, lembrando do que nos levou a tirá-la. Lembro que minha mãe com sua manipulação fez todos nós tirarmos uma foto em frente a árvore.

Eu ainda estava no namoro de mentira com Camila...

Mas não é a foto em si que me chama atenção. Meu foco está direcionado a pessoa ao meu lado. Estou trocando um olhar com Camila na imagem. Me aproximo mais analisando, se não conhecesse as pessoas presentes, acharia que eu e a ruiva somos um casal verdadeiro. Meu olhar.

Aquele Natal foi de longe um dos melhores que tive, sempre passava sozinho com meus pais, meu tio e Victor. Era em casa e depois da ceia eu e Victor inventavamos de aprontar alguma besteira, e a noite quando todos iam embora e eu subia para meu quatro recordo das sensações vazias que me atormentavam. Mas nesse teve um toque diferente.

Percebo, que se todos meus natais fossem assim não acharia ruim e nem me incomodaria se que a mensagem do quadro exala fosse o contrário da situação.

Se isso correspondece também ao baile... porém Camila sem de deu ao trabalho de falar para mim um "não", fugiu o tempo todo essa semana e eu achei melhor não fazer mais pressão.

Se ela soubesse que a única garota que eu gostaria de levar ao baile é ela.

Me afasto assustado e levo minha mãos ao meu cabelo.

Percebo que não me arrependo ter ido a New Lesyton me curar. Não me arrependo de ter conhecido Camila. Não me arrependo de começar um namoro falso com ela. Não me arrependo de ter brigado com alguns caras por causa dela. Não me arrependo... não me arrependo de nenhum beijo que trocamos.

Esse tempo inteiro, bastou um olhar no corredor para sentir. Eu me lembro a maneira que seu olhar me chamou atenção na outra escola. Porém não foi só pelo o motivo deles serem incrivelmente iluminados, e sim, por terem tocado uma parte de mim.

E eu ainda como um idiota riquinho e mimado. Fingi que nada tivesse acontecido. Não queria enxergar que uma garota como ela pudesse me atrair.

Eu acredito que tudo tem um propósito e que não há nada em nossas vidas que não aconteça por acaso.

A semelhança entre Lauren e Camila. Aquilo da minha ex-namorada ter uma estética da qual sempre me agradou, e eu chegar a por em cima de todas as coisas. Talvez haja mesmo uma explicação. Talvez meu destino e de Camila sempre esteve a se entrelaçar.

Haverá coisas grandes para você, filho.

Sempre foi ela. E somente ela.

Agora olhando ainda para a foto me sinto um idiota, por demorar tanto pra ver a verdade. E duplicamente achando que Camila não me mereça. Eu estraguei tudo sendo rude no campo quando ela confessou seus sentimentos por mim. Teve que confessar, porque eu não tive coragem de enfrentar a realidade.

Mas não posso desistir.

Aperto a corsage em meu bolso da calça e sorrio.

Desco os degraus da escada tão rapido que nem vejo meus pais me esperando para conversar.

— Seu último baile, filho! — minha mãe sorri emocionada lembrando — Você se tornou um homem lindo.

Sorrio olhando para a minha família que continua junta, mesmo após tantas coisas. Tantos buracos e coisas que não podem ser desfeitas.

Deixo que minha mãe tire fotos minhas, em vários ângulos. Deixo que ela me abrace. Que me aperte e que chore de emoção enquanto me olha. Deixo, pois, demorei muito tempo para perceber as coisas que importam.

— No outono você começará a faculdade em Chicago, logo após seu estágio na empresa de lá. Falta poucos meses para outubro, você verá que passarão rápido — meu pai comenta seus planos sorrindo.

Aumento meu sorriso mais ainda.

— E depois voltarei para cá e a empresa. Ai transformarei a gente em bilionários e você será o prefeito desse condado — completo apontando para o chão enquanto penso em outros detalhes não mencionados por trás.

— Sempre soube que você me daria orgulho! — ele me abraça de lado.

Minha mãe nos assiste não muito feliz, por não concordar com a ambição doentia do meu pai.

Sonho em dar aula para crianças no jardim da infância.

Consegui fazer a cabeça dos meus pais esse tempo todo que admistrarei a empresa, mas não imaginam no entanto, que as coisas serão diferentes e eu já planejei tudo. Irei abrir uma escola para crianças necessitadas que já tem até um nome, da qual será em homenagem a uma pessoa. Quero ver a cara deles quando a grande parte da nossa fortuna for para as pessoas que precisam e essa casa que da mais gastos do que lucramos virar um espaço para ajudar a comunidade carente.

Fuja do amor, foque na empresa e nada mais. Mal vejo a hora de acabar com esse dilema da minha família no melhor estilo. Começando por focar no amor.

Haverá coisas grandes para você, filho.

Chega de planos do meu pai. Me certificarei de acabar com todos eles. Se a algo por trás do acidente não ter sido fatal para mim. Honrarei.

— Você já vai? — minha mãe pergunta quando faço menção de pegar as chaves do carro.

Assinto sorrindo outra vez. Só que dessa vez, ele trás emoção. Ajeito a
corsage no bolso, com minha mãe assistindo tudo.

— Tenho que dançar pelo menos uma dança com a minha garota — conto. Dessa vez, a frase como a refiro sai doce entre meus lábios. Passo por eles deixando minha mãe boquiaberta juntando o quebra cabeça.

Alguém esperava que um dos capítulo  mais polêmico fosse Mason vendo a realidade?

Até sábado