Capítulo 42: Simpatia

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Hermione voltara a Azkaban três vezes naquela semana. Ela não tinha certeza de que estava fazendo algum progresso com Arnold ou Doug. Havia percebido ao voltar que um curandeiro cuidara deles. O guarda fez questão de deixar claro o quão difícil tinha sido conseguir um curandeiro para tratar os "lobinhos", como ele os chamava. Os licântropos não confiavam em ninguém com uma varinha, e o curandeiro tinha medo de sofrer danos corporais, o que não era exatamente irracional.

Após suas duas primeiras visitas, ela estava começando a sentir que conversar com Lúcio Malfoy era possivelmente uma das coisas menos inúteis que faria em Azkaban. Por mais repugnante que fosse falar com o homem novamente, prometera a Draco e cumpriria a promessa.

— Srta. Granger, eu não esperava que você me agraciasse com sua presença novamente — disse o homem. Um sorriso débil puxou seus lábios, que estavam um pouco secos, como se ele não estivesse se hidratando o suficiente. Provavelmente não estava. — Você disse na última visita que o evento não seria repetido. A que devo a honra desta vez?

Hermione sentou-se austeramente, sem saber como lidar com sua falsa polidez. O homem falava como se estivesse de pé em seu próprio grande salão, em vez de estar olhando para ela através das grades da cela.

— Draco me pediu para verificar se você estava bem. Recentemente, percebi que nem todo mundo que é... convidado do governo aqui, está recebendo a atenção médica necessária.

A menor sugestão de desprezo poderia ter cruzado o rosto do homem antes que ele retornasse sua expressão para uma cuidadosamente neutralidade. Ela podia praticamente vê-lo decidir mudar o curso de suas palavras para um conjunto mais adequado.

— Que pena.

Ela tentou não cerrar os dentes e o olhou com a expressão mais calma possível.

— Você está aqui porque cometeu um crime, de modo a ter a chance de refletir sobre as decisões que tomou e como tomará outras decisões no futuro. Sua punição é a privação da liberdade. Todos aqui ainda têm direito a um padrão básico de saúde e segurança.

— Sempre nobre, querendo garantir que meu nariz escorrendo seja atendido enquanto eu subsisto com pão e água, sem divertimentos para encurtar as intermináveis ​​horas — disse ele, com a voz completamente seca.

— Como vejo que você não parece ter hematomas, ossos quebrados, nariz escorrendo ou qualquer outra doença — além de talvez uma deficiência de vitamina D — eu irei embora.

Ela se levantou para sair. Lembrou-se de acrescentar as refeições da prisão à sua investigação. Ela duvidava que alguém estivesse sendo obrigado a sobreviver de pão e água, mas quem poderia garantir?

— Espere — ele disse, um leve tremor em sua voz pela primeira vez.

Hermione fez uma pausa, mas esperou um momento antes de se virar para encará-lo novamente.

— Sim?

— Como está meu filho? Como ele está lidando com sua sentença?

Bem, essa é uma pergunta complicada, ela pensou.

Ele está prosperando. Trabalha para ganhar a vida e está se saindo bem. É mais do que capaz de cuidar de si mesmo — não precisa de um elfo doméstico ou de mais ninguém para cuidar dele ou fazer suas tarefas do dia a dia. Quando não tem certeza de como fazer algo, não tem muito problema em ler as instruções ou pedir ajuda. Pode não gostar de fazer as coisas da maneira trouxa, mas está aprendendo e não se queixa muito. Já tem até mesmo algumas perspectivas em mente para quando a sentença terminar. Não sei se você tem orgulho dele, mas eu tenho.

Trouxificado | Mugglefied [ Dramione ]Where stories live. Discover now