Capítulo 54: Iniciando

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Hermione estava atrás de Draco, massageando seus ombros. Fazia vários dias desde que haviam saído abruptamente da casa de sua mãe. Ele professou que isso não o incomodava. Que não se importava. Até mesmo a incentivou a avisar os Weasley que compareceriam no Natal, certo de que nada seria reparado com sua mãe dentro de quatro meses.

— Eu simplesmente não sei como ela pode comer e dormir naquela casa todos os dias como se nada estivesse errado. Como se pesadelos imperdoáveis ​​não tivessem acontecido por lá.

Toda vez que ele prometia não pensar mais no assunto... as palavras simplesmente saíam de sua boca.

—Eu não sei, Draco. E ficaria feliz se nunca voltássemos lá. Mas estou preocupada com você. Ela é sua mãe — Viu-se olhando para a caixa de música que ele lhe presenteara no Natal. Estava sempre à sua mesa de cabeceira, embora quase nunca a ouvisse. O que não daria para que sua mãe cantarolasse para ela novamente...

— Não, se ela não vai te aceitar, ela não é. Hermione, vamos esquecer isso. Há coisas mais importantes com que nos preocuparmos — Ele pegou as duas mãos dela, apertando-as nas dele. Ela se inclinou para beijá-lo. — Eu ainda não disse a Theresa que quero sair.

—Você tem certeza de que quer isso?

Ele não tinha certeza.

— Você poderia ficar lá, sabe. Não seria uma coisa terrível. Poderíamos conseguir outro apartamento aqui perto — disse ela gentilmente.

Recostando-se no assento, Draco descansou a parte de trás da cabeça contra Hermione.

— Eu gosto da ideia, mas... — Hesitou. — Acho que não conseguiria manter o disfarce indefinidamente. Gosto das pessoas de lá, mas não sinto que possa conversar com elas sobre nenhum assunto além de trabalho. A história que inventei sobre o meu passado se desintegraria caso alguém a examinasse mais a fundo. Além disso, eu não possuo o conhecimento necessário te para me mover com naturalidade no mundo trouxa — Haviam lacunas que levariam uma vida inteira para serem preenchidas. — Como você conseguiu? Com ​​todos os seus parentes que não sabiam que você é uma bruxa? Seus vizinhos?

Ela passou os braços pelo peito dele, inclinando-se para baixo. Respirou fundo e soltou um suspiro que não sabia estar segurando. Eles já haviam coberto aquele terreno antes.

— Na maioria das vezes, eu não conseguia. Eu passava cada vez menos tempo com eles até chegar a praticamente não ir para casa durante as férias. E quando estava em casa, não procurava meus vizinhos ou familiares a menos que fosse absolutamente necessário — como para casamentos ou funerais. Eu sei que pelo menos um primo pensou que eu estava frequentando uma escola de elite e que me considerava boa demais para o resto deles. Não era isso... eu simplesmente não tinha nada a lhes dizer. Não poderia falar sobre o meu desempenho em Feitiços ou o quanto não gostava da nossa professora de Defesa Contra as Artes das Trevas. Meus pais sempre me apoiaram, mas eles não entendiam realmente.

Draco assentiu. Era isso que temia. Ele poderia continuar trabalhando na biblioteca, mas as amizades não seriam profundas. Seria muito complicado tentar aprofundá-las. E ele iria querer isso. Percebeu que tinha pouco desejo de ver seus velhos "amigos" novamente. Teria que fazer novos. Mas nunca tinha sido muito bom nisso. Bajuladores, com certeza. Amigos? Essa era outra história.

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Não havia tantas pessoas em volta da mesa como no Natal, mas suas pernas ainda gemiam sob o peso da comida. Draco e Hermione estavam sentados de um lado da mesa, Gina e Neville estavam do outro. Jorge não conseguira comparecer naquele domingo à noite porque precisou trabalhar e Harry estava de babá. Molly e Arthur estavam sentados em cada extremidade. Purê de batatas, frango assado e todas as guarnições estavam sobre a mesa.

Trouxificado | Mugglefied [ Dramione ]Onde histórias criam vida. Descubra agora