Capítulo 47: Escrevendo

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Provavelmente seria menos visível se a mulher assumisse a forma animaga que, de acordo com Hermione, ela era capaz de assumir. Ela poderia ficar no seu colarinho — não que gostasse do pensamento daquela bruxa estar tão perto dele. Estremeceu. Talvez fosse melhor que permanecesse humana e onde fosse possível vê-la.

Dito isto, ela estava à espreita, segurando uma caneta e um caderno como se nunca tivesse segurado uma caneta antes. Provavelmente seria perturbador mesmo que o vestido dela não fosse de um tom tão vívido de amarelo marca-texto.

Draco fez o possível para ignorar a jornalista mal disfarçada. Eles haviam concordado com uma série de artigos com total cooperação. Por que ela sentia a necessidade da farsa, ele nunca saberia. Ele e Hermione tentaram determinar o quanto Skeeter adivinhara versus o quanto ela realmente sabia — a existência do relacionamento e a ocupação dele era definitivamente do conhecimento dela e isso era mais do que esperavam. Eles tirariam o melhor daquela situação.

Quando o relógio avançou para as onze, Theresa apareceu na mesa de Draco com uma pilha de papéis.

— Você conhece a mulher de amarelo? — ela perguntou em voz baixa.

Estremecendo, Draco pensou na resposta.

— É minha tia. Receio que ela seja meio estranha. Minha mãe a contou que eu estava trabalhando aqui e ela pensou em se juntar a mim para almoçar, mas parece não saber o que fazer nesse meio tempo. Você gostaria que eu falasse com ela? Pedir para se sentar em algum outro lugar?

— Não, eu não acho que ela está incomodando alguém. Eu só estava pensando. — Havia um vinco entre suas sobrancelhas. — Você terminou de ler o relatório de circulação?

— Sim, acho que realmente precisamos expandir a seção de mistérios para idade dos dez aos doze anos. Os meninos vêm tanto quanto as meninas, mas não encontram tantos livros que os interessem, então saem de mãos vazias.

Theresa ouviu pacientemente e examinou o relatório junto a ele durante um tempo. Não pela primeira vez, perguntou-se quais coisas Draco escondia dela. Era um jovem um tanto estranho às vezes.

O trabalho era um tópico confortável naqueles dias. Ele conhecia seu trabalho e o fazia bem. Era consideravelmente mais confortável do que o almoço que teria com Skeeter. Ele podia entender seus impulsos de fazer o que pudesse para obter o maior impacto positivo para si mesma. Ela era da Sonserina até o âmago. Uma sobrevivente. Por enquanto, seus objetivos estavam alinhados. Apenas esperava que o trato entre as duas bruxas fosse realmente satisfatório.

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Lia-se na segunda página do jornal:

Draco Malfoy: Trouxificado?

No verão passado, a Suprema Corte dos Bruxos tomou a decisão histórica de reviver uma punição que não era usada há séculos. Depois que bruxos e bruxas foram condenados por seus crimes durante a guerra e enviados à Azkaban, Harry Potter defendeu a clemência por uma alma, um jovem, não muito diferente de si mesmo. Um jovem cuja vida poderia ter sido muito diferente se houvesse recebido uma educação diferente.

Com base no testemunho de Potter de que o jovem Malfoy salvara sua vida durante a guerra, a Suprema Corte dos Bruxos concedeu ao jovem a chance de ser reabilitado em vez de passar os melhores anos de sua vida trancados em uma cela abandonada. A Suprema Corte dos Bruxos o despojou sua magia, condenando-o a seguir seu próprio caminho em um novo mundo — o mundo dos trouxas.

Como seu caso será analisado em poucas semanas, poder-se-ia perguntar o que aconteceu com o herdeiro Malfoy durante todo esse tempo. Ele sobreviveu? Foi atropelado por um veículo trouxa? Vive como indigente nas ruas?

Trouxificado | Mugglefied [ Dramione ]Onde histórias criam vida. Descubra agora