Capítulo 57: Sayonara

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Seus passos ecoaram enquanto ela caminhava pelos corredores. Tão vazios. Apesar de suas tentativas de manter a expressão fechada, Hermione poderia jurar que Arnold parecia interessado no que ela tinha a dizer naquela manhã. Parte dela esperava que, se contasse seu sucesso, ele poderia fornecer informações úteis. Surgiu um brilho nos olhos dele quando ela mencionou que uma mulher pediu ajuda pelo filho? Ou ela imaginara? Arnold ficou em silêncio enquanto ela transmitia suas informações.

Havia muito o que fazer. Ela realmente precisava de algum tipo de espaço seguro para oferecer ajuda a quem quisesse. Se ela entendeu Meredith corretamente, ela não havia decidido transformar Dylan em lobisomem. Seus companheiros de matilha tomaram a decisão por ela. Não estava certo. Eles faziam o mesmo com todas as crianças da matilha?

Como alguém poderia escolher fazer aquilo com uma criança?

Ela diminuiu a velocidade ao se aproximar do corredor que levava à cela de Lúcio. Não tinha nada a lhe dizer naquela manhã, a menos que ele quisesse discutir um pouco de Jane Austen. Ainda assim, poderia ser benéfico. Pontes eram construídas lentamente — exatamente como paredes.

Hermione estava a poucos passos daquele corredor quando ouviu uma fria voz feminina. Talvez aquele dia não fosse o mais adequado para discutir Austen com o Malfoy mais velho. Ela virou os calcanhares e saiu. Havia muitas coisas que precisavam ser atendidas em outros lugares em pouco tempo — incluindo seu aprendizado. Mesmo com um atraso naquele dia, havia ainda horas de trabalho pela frente, como sempre.

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Draco não estava feliz com a ideia de trabalhar na biblioteca em um sábado, mas prometeu que cobriria aquele turno. Ainda assim, foi com pesar que deixou Hermione tomando café de roupão ao sair do apartamento. Além disso, não era como se ainda faltassem muitos dias para sair do emprego. Parte dele sentiria falta.

Ele optou por caminhar até a biblioteca, observando a cidade e com menos prazer sentindo seus odores. Talvez fosse bom se instalarem no campo e se afastarem das fumaças e multidões nocivas.

A biblioteca deveria ter acabado de abrir, mas Draco, ao chegar, encontrou uma multidão reunida em torno da recepção. Principalmente crianças. Usando chapéus de papel.

— Surpresa!

— O que é isso? — ele perguntou, olhando em volta.

— É apenas uma festa de despedida. Sentiremos sua falta — Theresa lhe disse, tirando outro chapéu de papel de trás da mesa e colocando-o em sua cabeça. — As crianças queriam fazer alguma coisa. Há biscoitos e suco na Hora da História. Agora que a escola voltou a funcionar, o único dia em que eles poderiam estar aqui para vê-lo seria em um sábado. Vá até lá com eles.

Draco estava atordoado. Fez uma pausa antes que conseguisse encontrar as palavras.

— Não tenho certeza se existe algum lugar onde as pessoas lamentaram me ver partir. Obrigado.

Theresa lançou um sorriso para ele.

— Vá em frente, acompanhe-os. Katrina deve chegar a qualquer momento e eu irei cobrir a mesa até que ela chegue.

Os pequenos agarraram as mãos de Draco e marcharam em direção à área da Hora da História. Ele encontrou por lá pequenos copos de papel, caixas de suco e bandejas de biscoitos com cobertura. Alguns pais estavam por perto.

— Draco, leia uma história para nós! — pediu uma das meninas.

— Essa é a festa de Draco — repreendeu uma das mães. — Você não acha que ele quer sentar e apreciar seus biscoitos e suco?

Trouxificado | Mugglefied [ Dramione ]Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu