Hastings

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Uma fina camada de gelo cobria a relva do campo ao lado do castelo de Hastings

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Uma fina camada de gelo cobria a relva do campo ao lado do castelo de Hastings. As torres de pedras escuras acima de seus muros recortavam-se contra o céu coberto por nuvens cinzentas.

O vento gelado do inverno cortava o ar. Apesar do frio que fazia naquela manhã, eu e meu irmão, Francis Hastings, vestindo capas forradas de pele para nos esquentar, lutávamos com espadas e escudos, ensaiando um combate.

Ao nosso lado estava um homem enorme, de cabelos loiros e compridos. Tinha a aparência selvagem como a de um viking, e nos observava de braços cruzados e olhos atentos. Era Cedric, nosso mestre de armas.

— Não abaixe a guarda, Gillian — ele alertou-me.

Eu recuara dois passos e baixara o escudo e a espada, deixando meu peito desguarnecido contra uma estocada de meu irmão. Treinávamos já faziam horas. Meus braços ardiam de cansaço e o suor escorria pelo meu rosto. Queria terminar logo com aquilo e me refugiar na biblioteca o restante do dia, como de costume.

A minha frente, Francis torceu os lábios em um sorriso e aproveitou a chance para me atacar. Devia estar tão cansado quanto eu, mas jamais admitiria. Ele fingia ser um cavaleiro perfeito diante de todos; nunca deixava transparecer suas fraquezas. Apenas eu sabia que isso era uma farsa.

— Vamos, irmãozinho... — Ele espetou a ponta da espada em meu peito com força, empurrando-me para trás, os olhos escuros cintilando com um brilho de crueldade.

Mesmo com a cota de malha que usávamos sob a capa, eu senti o golpe e deixei escapar um gemido baixo, o que o fez sorrir ainda mais. Mordendo os lábios, ergui novamente minha lâmina e o escudo e coloquei-me em posição de defesa.

— Isto é um treino! — protestei, sentindo o sangue escorrer do ferimento causado pela pancada. — A ideia não é você me matar nele!

Francis olhou de canto para nosso treinador, que fez apenas um sinal de queixo, permitindo que ele continuasse.

Mais uma vez, meu irmão investiu como se estivesse em um duelo de verdade. Violento e rápido, tentava desviar meu escudo com o dele e estocar com a lâmina.

Mas desta vez, eu estava com raiva e preparado. Aparei o golpe, fiz uma finta veloz para direita e, dando meia volta, coloquei-me atrás dele. Bati meu escudo em suas costas, lançando-o de cara no chão.

Soltando um xingamento, ele rugiu e colocou-se de joelhos, começando a se levantar.

— Peça clemência ou o mato, covarde! — rosnei irado, aproximando-me por trás e encostando a ponta da espada na nuca de meu querido irmão.

Francis ameaçou se virar. Apertei a lâmina ainda mais, afundando a ponta em seu pescoço, até que vi uma gota de sangue escorrer.

— Não estou brincado! — ameacei, e talvez não estivesse mesmo.

Nunca havíamos sido muito amigos, mas a rivalidade entre nós dois piorava a cada ano. Quando muito pequeno, eu o admirara e o amara, mas desistira disso ao descobrir que o fato de ser menor permitia que me tornasse um alvo constante de pancadas e humilhações.

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