Capítulo trinta e um

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  Anne não esperava mas recebeu uma mensagem de um número desconhecido, pedindo para que ela se encontrasse com ele no restaurante local da pequena cidade. Ao abrir a foto do indivíduo, reconheceu como Daniel e ficou extremamente desconfiada e curiosa com o convite. O que ele queria?

  Decidiu então dar uma chance para o que quer que ele tinha a dizer, dizendo o horário ao qual estaria presente no local. E assim se encontrou minutos mais tarde, sentada em uma cadeira, com os braços apoiados na mesa localizada próxima a uma janela, por onde dava para ver o céu do fim do dia.

  Em questões de minutos após sua chegada, notou a moto de Daniel estacionando no estacionamento, ele vestia roupas surradas, que marcava sua aparência de motoqueiro, retirou seu capacete e bagunçou propositalmente seus cabelos, seria alguém interessante se fosse tão belo por dentro quanto era por fora.

  Ele entrou no restaurante pouco movimentado e reconheceu Anne de imediato, não evitou sorrir e seu sorriso não era cordial.

  - Já fez o seu pedido? - ele perguntou puxando uma cadeira para se sentar, o seu perfume enjoativo preencheu o ar.

   - Não estou com fome. Vamos direto ao ponto. - sairia dali o mais depressa possível.

  - Eu vim pedir para que não faça isso. - Olhou para ela com seus olhos castanhos suplicantes. - Se você não quer que Zoe sofra, não nos separe. Ela me ama.

  - Por isso mesmo. - era impressionante como homens conseguiam soar arrependidos sem sentir um pingo de culpa. - Ela ama você, você ama o amor dela.

  Daniel era manipulador, por ser boa demais Anne tinha medo de se deixar levar, então se ergueu e deu o assunto por encerrado, para sua surpresa o garoto se inclinou em sua direção, segurou sua mão e lhe puxou de volta, beijando-a em seguida.

  O seu ato desencadeou um descontrole em Anne, que se debateu fugindo do beijo indesejado e quando estava livre dos lábios dele, lhe disferiu um belo tapa na face.

  - Você ficou maluco? - perguntou furiosa enquanto com um sorriso de triunfo Daniel massageava o local aonde fora agredido.

  - Eu sou mais esperto do que você pensa. - ele sorriu ainda mais, ignorando o olhar de desprezo e raiva que recebia. - Você me subestimou, menina de ouro.

  - Do que você está falando? - sentiu o rosto queimar com a raiva que sentia, tinha nojo só de imaginar que aquele ser desprezível tocará seus lábios sem sua permissão. O que Daniel estava planejando com aquele joguinho?

  - Virgínia. - como um apresentador de um programa, o rapaz pronunciou o nome da convidada. Anne sentiu seu estômago embrulhar e uma sensação estranha se apoderou de seu corpo.

  Logo o barulho dos saltos batendo no chão do restaurante incomodou os ouvidos dela, o nervosismo lhe preencheu quando a loura apareceu dentro de um vestido elegante e um sorriso provocativo, ela segurava o celular rosa em uma das mãos, como se ele fosse diamante.

  - Olhe por você mesma.- Daniel pegou o aparelho das mãos macias de Virgínia e o direcionou para a ruiva, que acabou por engolir em seco e ficar sem fala quando viu ali uma imagem do beijo roubado. O fato dela ter ficado calada, deixou que o motoqueiro prosseguisse de forma maldosa: - Como pode ver, menina de ouro, eu tenho algo contra você. E se contar para alguém sobre mim e Virgínia, todos vão pensar que você traiu sua melhor amiga, inclusive ela mesma. Talvez superasse a traição de um namorado, mas a de sua melhor amiga, eu acho impossível.

  Os olhos de Anne acumularam água e seu coração doeu com a chantagem. Teve dificuldades para aceitar qual decisão tomaria, pois de fato, Zoe demoraria muito para superar uma possível traição de sua parte e talvez não superasse, isso não só destruiria sua amizade, a destruiria por inteiro.

(CONTINUAÇÃO) Encantada - O reino amaldiçoadoTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon