Capítulo trinta e cinco

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O cenário era lindo, um jardim verde iluminando por um sol fortíssimo, sem casas ou edifícios, somente o verde da grama macia. Descalço, Anne rodopiava e ria, com o movimento leve fazendo seu vestido branco de fenda voar.

Feliz e desfrutando de sua própria companhia, ela segurou as pontas do vestido e começou a correr com o vento jogando seus cabelos para trás e para os lados. Naquele momento a grama belíssima na qual pisava começou a se transformar em uma deprimente grama morta, o sol já não iluminava e caiam trovões devastadores. Ela se encolheu até chegar no chão e abraçou seu corpo por conta do frio congelante. O sentimento bom de liberdade havia desaparecido e no lugar restará a solidão.

Ergueu sua cabeça dos joelhos quando sentiu algo gélido tocar sua pele, soltou um grito horrorizado e recuou engatinhando para trás. O que estava diante de seus olhos eram assustadoras mãos feitas de sombra que sombrias e frenéticas tentavam tocar seu corpo.

Apesar dos esforços, sentiu novamente a mão gosmenta tocar sua pele. O toque era nojento e desprezível, e como se a escuridão daquela coisa passasse para ela, o vestido magicamente ficou preto, seus olhos também e ela se apavorou com a força do ódio que inundou seu coração.

- NÃO! - sua voz que antes parecia não querer sair, saiu em um grito assustado. Seu corpo se levantou alarmado e o grito ecoou para fora do sonho, sua respiração estava acelerada e seu corpo suava frio.

- O que houve? - alguém adentrou rapidamente no quarto assim que ouviu seu grito. Era Leon e ele trazia uma espada nas mãos, pronto para qualquer invasão.

Levou segundos para Anne finalmente se recobrar de onde estava e do que estava fazendo ali. Os momentos traumatizante de uma batalha que presenciou em seus últimos minutos na terra, ficariam gravados em sua memória para sempre. Ela nunca esqueceria, nunca iria superar, seria perturbada por aqueles fragmentos de imagem para sempre. Sangue, dor, magia....

Após um dos inimigos terem sido feridos, todos os outros recuaram para socorre-lo e isso deu ao seu mais novo grupo, a oportunidade de fugir. Lembrou-se do portal que atravessou quando sua equipe estava com a vantagem, era como se estivesse dentro de um livro de fantasia.

- Eu... Tive um pesadelo. - engoliu em seco e respondeu quando com um estalar de dedos em frente ao seu rosto, Leon a despertou de seus devaneios. - Desculpe. Não queria acorda-lo.

- Não estava dormindo. - ele parecia ter menos emoções do que um robô, como se na verdade, todo o seu interior fosse feito de peças e não órgãos. Talvez seus sentimentos fossem inexistente como os de uma máquina programada.

- Nós nos conhecemos antes? - Perguntou antes que ele saísse do quarto, pois não tinha a menor noção do que acontecerá em sua vida passada e havia esses espaços vazios em sua mente que ansiava poder preencher e desvendar todo o mistério que tornara-se sua vida.

- Não, princesa. - ele a fitou por poucos segundos mas logo desviou o olhar, parecia bem desconfortável com o assunto.

- Então por que está nesta guerra? Me parece pessoal para você. - Questionou mais uma vez, tentando acabar com suas dúvidas e entender o que lhe esperava naquele novo mundo.

- E é. Eu quero vingança. - os olhos dele fora dominado pelo ódio em frações de segundos como se ele se lembrasse de coisas que jamais iria perdoar.

- E o que acha que ganhará com isso? - seu tom era ameno e sem julgamentos enquanto ela fitava as pupilas gélidas esperando que alguma emoção se manifestasse nelas.

- Eu finalmente poderei seguir em frente. - a respondeu com o semblante duro e ainda sem demonstrar quaisquer emoção. Falava com a naturalidade de alguém que conversava sobre coisas básicas do dia a dia.

(CONTINUAÇÃO) Encantada - O reino amaldiçoadoWhere stories live. Discover now