(CONTINUAÇÃO) Encantada - O reino amaldiçoado

Capítulo quarenta e três

Sebastian e Austin tinham usado suas magias para se camuflarem e não serem vistos enquanto estavam dentro do automóvel, esperando em frente a casa do conselheiro Tobias. Ficaram no carro por horas, até ele abandonar sua residência, somente ai, saíram.

O vento gélido os recebeu fazendo-os correrem rapidamente e irem direto a entrada da casa. Aonde Sebastian murmurou breves palavras e com seu poder, a porta se abriu. Ambos começaram a vasculhar tudo, sem a menor paciência ou cautela, tomando apenas o devido cuidado de não deixarem digitais ou pistas que os fizessem suspeitos do ato.

Depois de alguns minutos procurando em vários cômodos diferentes, Austin entrou em uma sala cheia de aquários, era como se fosse um lugar reservado só para aquilo. Tudo era muito perfeito, denunciando o lado perfeccionista do homem.

- Sebastian. - aumentou seu tom de voz para chamar a atenção do outro.

- O que encontrou? - o bruxo demorou um pouco para chegar até ele, mas quando o fez, seu rosto estava confuso.

- Ela está aqui, em algum lugar. - ele parecia mais agitado do que deveria, olhava para tudo tão impecavelmente limpo e organizado, como se esperasse encontrar Cassandra em qualquer lugar, mesmo nos mais improváveis. Estava enlouquecendo. A dias não dormia, a dias não comia. Recuperar a humana, se tornara seu único objetivo.

- Aqui aonde? - o bruxo encarou a sala preenchida por aquários. Depois de olhar bem ao redor e não descobrir nada além da fascinação de Tobias por peixes reparou no estado alarmado que o guardião estava. - Cara... - também achava que ele estava perdendo a sanidade. - Não tem nada demais aqui. Não encontramos Cassie.

- Não. Olha... - ele tinha orelhas tão profundas que era muito evidente que andará sofrendo ao invés de dormir. O sono o estava deixando afetado, mas Austin reagia com eletricidade e algumas vezes parecia que estava bêbado ou drogado. - Veja... - correu para um dos aquários, mostrando freneticamente uma pequena rachadura.

- Uma rachadura? - seu timbre denunciava toda a incredulidade e Sebastian parecia até mesmo tedioso. - UMA RACHADURA!

- Uma rachadura no meio de um mar de perfeições. Não faz sentindo! Tudo é tão intacto, por quê justo aqui teria uma rachadura? - ele disparava palavras, desesperado para que Sebastian acompanhasse seus pensamentos. - Porque se ela está ali dentro, está lutando para sair. Por isso.

- Tudo bem... Escute... - Sebastian tentou ser cauteloso e solidário, mas ser sentimental não estava em seus costumes, ele era na verdade o tipo curto e grosso, por mais rude que pudesse soar. - Você pirou, parceiro, sinto muito, é isso, tá maluquinho.

- Ela está aqui. - Convicto dizia. Se sentia cansado e ao mesmo tempo eufórico. - Repare bem... Todos os aquários possuem peixes, menos este. Justo o que está levemente rachado. Não acha estranho?

- OK. Você venceu. - Sebastian cedeu quando fitou os olhos azuis de seu ex inimigo e percebeu a tristeza morando neles. Ele precisava daquilo, havia perdido Mia, não suportaria perder Cassandra.

O bruxo fechou seus punhos e os abriu logo em seguida, com esse movimento, o vidro do aquário rachado estourou e a água jorrou para fora, molhando tudo.

Rapidamente o encantamento feito por Tobias se desfez. Austin ficou atordoado e correu para ampara-la, colocando a garota desacordada sobre suas pernas dobradas e fitando com desespero sua pele pálida.

- Cassie! - Ele segurava seu rosto e gritava, o corpo curvilíneo da loura estava pequeno, frágil e encolhido.

Tentando evitar os pensamentos horríveis de que a humana em seus braços estava morta, Austin tentou reanima-la, pressionando suas mãos contra o pulmão da jovem, olhando para cima, implorando para uma força superior para que não a levasse.
Não importava quantas vezes ele pressionasse, ainda assim, Cassandra Montgomery não dava o menor sinal de vida.