Trinta e três

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O vestido se acomodou com perfeição em seu corpo, o tecido era fino e suave, confortável o bastante para dançar a noite toda sem sentir incômodo algum no corpo. Ainda estava aberto, lutava para alcançar o zíper que fecharia mas apesar dos esforços, não possuía bons resultados.

- Posso ajuda-la? - a voz rouca acelerou seu coração, sua cabeça virou levemente, Austin estava escorado no batente da porta, com a postura de um guerreiro.

  - Sim. Por favor. - concordou com a cabeça, o garoto descruzou os braços e a passos cautelosos se aproximou. Assim que seus dedos suaves roçaram sua pele, Cassie se arrepiou.

  - Obrigada... - sussurrou quase sem voz quando o sentiu retirar com cuidado os fios de seu cabelo que estavam no caminho, seu toque era quente e familiar.

  - Falta pouco agora... - Austin se afastou, a proximidade com a loura afetava seus pensamentos.

  - Ainda bem... - com delicadeza ela alisou o traje que usaria na festa de Mia. - Eu já não aguentava mais todo esse caos.

  - Você vai estar linda, Cassandra. - disse com sinceridade, olhando para ela e querendo desesperadamente toca-la novamente.

   - Eu sei. - ela empinou o nariz e sorriu, mostrando sua alto confiança e ousadia de sempre. Mas teve que se controlar para não pular de animação feito uma garotinha apaixonada, o peito parecia que iria explodir com tantos sentimentos genuínos que sentiu.

   - Claro que sabe. - ele riu e segurou o queixo dela com delicadeza, provocando-a. Cassandra tinha certeza que se corações pudessem sorrir, o seu estava sorrindo. Estava apaixonada, sempre estiverá apaixonada.

    - Colin disse para vocês descerem para o jantar. - Cassie tinha vontade de beijar Austin e iria faze-lo se Sebastian não tivesse surgido, ela nunca fora boa em ignorar seus desejos.

   - Estamos indo. - Austin contornou o corpo da loura e tomou a liberdade de abrir o zíper para ela, antes de seguir Sebastian para fora do quarto, sem mais nenhuma reação significativa que desse a entender que ele finalmente havia derrubado suas barreiras.

  Ainda de pé, mas daquela vez sozinha, ela retirou as alças de seu vestido antes de deixa-lo cair sozinho. Depois, ainda somente com roupas íntimas, o recolheu do chão e o colocou cuidadosamente esticado sobre a cama, quando fora alisa-lo com suas mãos, esticou seu pulso a frente do rosto e seu coração doeu ao ver a pulseira que decorava seu nome, a pulseira que marcava sua amizade com Mia e Elena...

  Se sentou na cama e segurou o acessório, toda nostálgica, tentou sorrir, mas seu sorriso saiu triste.

  - Eu estou cuidando dela, Lena... - murmurou, com os olhos brilhando com lágrimas de saudades contidas, enquanto brincava com a pulseira. - Amanhã será um dia difícil, mas nada vai acontecer com a nossa melhor amiga, eu prometo.

  Por um momento se pegou esperando por uma resposta, se calou por um tempo mas nada ouviu, então se deu conta de que Elena nunca responderia e sentiu saudades da voz doce e delicada da menina. A morte não levava somente aquele que morreu, ela matava aqueles que amavam o falecido.

    Suspirando com pesar, a garota sempre tão ousada e corajosa, secou as lágrimas que caíram e deixou a mágoa para trás, tinha de continuar sendo forte para poder ajudar Mia, já perderá seus pais e seus amigos, não suportaria perde-la também.

(CONTINUAÇÃO) Encantada - O reino amaldiçoadoWhere stories live. Discover now