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Inspiro profundamente tentando me agarrar ao travesseiro, mas encontro algo duro à minha frente. O cheiro do sabonete de Christopher misturado com sexo me invade, abro os olhos sentindo-me confusa e vejo apenas o tórax nu dele à minha frente.

Levo alguns segundos para tomar consciência de que eu estou completamente agarrada a ele, nossas pernas entrelaçadas, meu braço envolvendo seu quadril, minha cabeça deitada em seu braço enquanto o outro envolve meu corpo nu.

Christopher dormiu comigo? Por que ele dormiu aqui?

A noite passada realmente foi incrível e lembro que o ataquei assim que passamos pela porta. Após algumas horas de sexo gostoso e quente, eu simplesmente apaguei depois de um orgasmo, mas em momento nenhum cogitei que ele fosse dormir comigo. Lembro-me de ter murmurado algo sobre ele trancar a porta antes de sair, então porque ele ficou? Dormir juntos é uma péssima ideia, será que ele não sabe?

Apesar disso, tenho que admitir que acordar nos braços de Christopher é extremamente confortável. Seu corpo emana um calor surreal, mantendo-me aquecida na medida certa, seu cheiro é maravilhoso e isso só piora a situação toda.

É difícil conseguir escapar de seus braços sem acordá-lo e meu corpo inteiro se arrepia com o choque térmico que sofre ao sair do quentinho e pular no frio que o ar-condicionado causa longe do corpo dele... O que isso, Dulce Maria? Você dorme sozinha todas as noites, obviamente que foi o edredom quem te manteve quente.

Entro embaixo do chuveiro tentando não pensar muito no que tudo isso implica, passo a me concentrar na água quente que cai sobre meu corpo e dou um pulo quando ouço a porta blindex do box se arrastada. Enxugo os olhos e dou de cara com Christopher. Por acaso eu convidei?

Esqueço sua ousadia ao admirar o corpo nu à minha frente. Seu tórax é largo, abdome definido em um tanquinho de dar inveja, suas pernas longas e grossas, então fixo meu olhar em seu membro rígido, que faz minha intimidade palpitar de desejo.

— Você não me acordou — murmura com a voz rouca e trago a saliva.

Ergo a cabeça, desviando os olhos de seu corpo e deixo a água me molhar por inteira enquanto passo os dedos em meu cabelo.

— Não sabia que você ia dormir aqui...

— Algum problema com isso?

Muitos, mas eu não quero dizer no momento.

— E o Gael?

— Lucas estava de sobreaviso — ótimo. Ele já estava planejando essa situação — Você se preocupa demais. Será que não pode apenas confiar em mim?

O encaro confusa por suas palavras e o vejo suspirar, recostando-se na parede em minha frente.

— Você já deu todos os sinais de que não quer um relacionamento. Estou ciente disso.

Seu olhar me penetra. Por que estou tão nervosa com isso? Nós dormimos juntos, não selado um compromisso. Christopher está nu em minha frente e o eu quero com todas as minhas forças, mesmo sentindo meu corpo ainda dolorido da noite anterior. É nisso que eu devia me concentrar.

— Eu confio em você.

Estendo minhas mãos e o puxo em minha direção quando ele as segura. Abraço sua cintura, sentindo seus braços envolverem meus ombros e apoiar o queixo em minha cabeça. A água quente cai em nossos corpos, relaxando nossos músculos.

Christopher abaixou o rosto alguns minutos depois, roçando nossos lábios e traço a curva do seu lábio inferior com a língua, provocando-o. Entramos em um jogo infantil para ver quem ceder primeiro, jogo que ele perde quando agarra meu cabelo e me beija brutalmente. Eu amo seus beijos rudes que me tiram o ar e o chão.

O vizinho de cimaWhere stories live. Discover now