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Vejo Paco assim que saio do elevador e me jogo em seus braços, deixando um soluço escapar.

— Dulce? O que aconteceu?

— A Luna sumiu... Lucas me ligou chorando — soluço e enterro meu rosto em seu peito — Se acontecer alguma coisa com minha menina não vou suportar, Paco... Se acontecer algo com essas crianças...

— Ei, calma! — segura meu rosto carinhosamente, me obrigando a olhá-lo — Vamos encontrá-la, está bem? Se desesperar agora não vai adiantar em nada.

— Me promete? Promete que vamos achá-la, por favor — imploro. Enrosco meus dedos na gola de sua camisa, olhando-o desesperada — Paco, por favor, me promete.

— Dulce!

Respiro fundo ao ouvir a voz de Christopher atrás de mim e fico furiosa ao ver Natália ao seu lado. Enxugo minhas lágrimas, me afastando de Paco.

— Eu posso explicar...

— Christian deu o recado? Luna sumiu, ninguém consegue encontrá-la. Acho melhor ir para casa do seu tio agora mesmo.

— Como é? — pergunta assustado

— Por isso estava te ligando feito uma idiota, porque o Lucas ligou e precisamos ir para lá.

Nem espero ver sua reação, apenas saio em direção ao meu carro. Não estou me importando nem um pouco com ele, minha única preocupação agora é achar minha menina, depois eu me resolvo com o irmão dela.

Uma mão segura meu braço antes que eu chegue ao carro. Pelo perfume e toque suave, reconheço Paco, mas ele não tenta me impedir ou me diz algo, apenas tira a chave da minha mão e aponta para o banco do carona. Entro sem contestar, sei que não estou em condições de dirigir. Vejo Christopher entrar no banco traseiro, mas nem me viro para olhá-lo. Quando Paco entra, o endereço já está no GPS para guiá-lo, porque não tenho a menor condição para orientá-lo e sei que Christopher também não tem.

— Você não me prometeu, eu preciso que faça isso — murmuro olhando pela janela. Posso sentir as lágrimas em meu rosto outra vez.

— Dulce — ele suspira longamente e o olho.

— Paco, preciso que me prometa — suplico — Não deu tempo de você prometer com o Fernando e... Você nunca quebrou uma promessa para mim, então, por favor, eu preciso que você me prometa que vamos achá-la bem.

Ouço alguns ruídos no banco traseiro, mas não viro para olhar Christopher. Estou olhando fixamente para Paco, que mantém seu olhar na rua.

— Paco — suplico. Ele respira fundo.

— Eu prometo, querida! Vamos achar sua menina bem.

Ele estica a mão e segura a mão, a aperto, sentindo meu coração se tranquilizar na mesma hora. Paco nunca quebrou uma promessa e sei que não fará isso agora. Fazemos o resto do caminho em silêncio e quando chegamos, ninguém tenta nos impedir de entrar na casa.

— Dulce!

Alexandre corre em minha direção assim que entro na sala e o pego nos braços. Eu estou com tanta saudade deles que sinto meu coração prestes a explodir por vê-los. Depois que o aperto e beijo todo seu rosto, o solto e abraço Lucas. O menino está um pouco mais alto do que a última vez que vi e muito mais abatido. Seus olhos vermelhos me parte o coração.

— Nós vamos encontrá-la, ouviu? — seguro seu rosto carinhosamente e o vejo concordar, aparentando estar um pouco mais tranquilo — Cadê o meu bebê? — olho ao redor ao ouvir Gael chorando, então uma mulher que eu não conheço, provavelmente a babá deles, aparece com ele no colo. Ele estica os braços em minha direção, gritando meu nome e o pego rapidamente — Oi, meu amorzinho!

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