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A campainha soa três vezes seguidas e sorrio sabendo exatamente quem é. Pego meu celular na mesinha de cabeceira e ligo para ele, que atende no primeiro toque.

— A porta está aberta, estou com preguiça de me levantar.

Christopher ri e desligo. Não demora muito para que apareça em meu quarto, com Pantera aninhado em seus braços. Franzo o cenho ao vê-lo sentar-se em minha cama com o gato e me afasto rapidamente.

— Ele não vai pular em você e te matar, Dulce. É só um gatinho — ri pelo nariz.

— Eu tenho medo, o que posso fazer? — ele rola os olhos e solta o gato no chão, que me encara por alguns segundos antes de sair do quarto — Viu? Ele me assusta.

— Você é paranoica, isso sim! Vem aqui... — Christopher segura minha nuca e me beija com força, gemo em sua boca enquanto enrosco meus dedos em seu cabelo. É sempre assim, só preciso de um beijo dele para incendiar meu corpo inteiro.

Eu ter aparecido quase de madrugada em seu apartamento no domingo e tê-lo beijado em frente aos meus amigos na praia segunda-feira, o deixou ainda mais arrogante em relação a mim. Quando quer me beijar ou me manter perto, ele simplesmente faz, sem esperar que eu dê o primeiro passo. Se eu recuo em lhe dar a mão ao sair de casa ou ficar muito perto em lugares públicos, ele avança por nós dois e, para ser sincera, eu estou gostando disso.

Monto em seu colo aprofundado ainda mais nosso contato e já deixando minhas mãos deslizarem até a barra da sua camisa, quando ele se afasta sorrindo.

— Espera, não vim aqui para isso.

— Não está parecendo isso... — murmuro rebolando em cima do volume em sua bermuda.

— Não tenho culpa se você me acende rápido — morde meu queixo levemente — Vim ver se deixei um pen drive aqui, um pequeno e prata.

— A gente pode procurar, vamos começar aqui na cama, depois no banheiro, talvez na cozinha ou na sala? — sugiro, distribuindo beijos molhados em seu pescoço, fazendo-o gargalhar enquanto aperta minha cintura.

— Eu adoraria, linda! Mas tenho que encontrar o Christian em duas horas e preciso muito desse pen drive — seu tom frustrado me faz recuar e olhá-lo preocupada.

— É muito importante o que tem nele?

— Sim. São uns artigos para uma revista, um bico que o Christian me arrumou. Tenho alguns salvos no computador, mas preciso de todos para entregar hoje e não estou achando esse pen drive em canto algum. Minha esperança é estar aqui.

— Vamos procurar então.

Nós procuramos em cada canto do meu apartamento, até no escritório, onde Christopher entra pela primeira vez hoje, mas não achamos nada. Ele está com um semblante preocupado que me deixa chateada por não poder fazer nada para ajudá-lo.

— Você não consegue reescrever?

— Talvez, mas não acredito que vá ser a mesma coisa — suspira pesadamente — Tenho que ir ou vou me atrasar, nos vemos mais tarde?

— Hoje é quarta-feira...

— Ah, certo. Então até amanhã.

Christopher me beija antes de sair, mas isso nem podia ser considerado um beijo de tão frio que é. Eu senti ciúmes dele e nunca senti ciúmes de ninguém em minha vida, nem do Paco. Será que ele está sentindo ciúmes também? Talvez isso esteja começando a ir longe demais...

XXX

Paco me mandou uma mensagem com o nome do restaurante e o horário, um jeito frio de dizer que não passaria para me buscar, mas não me importo com isso. Hoje teremos uma conversa séria e talvez seja melhor eu não ter que depender dele para voltar para casa. Chego primeiro do que ele, então escolho uma mesa e me sento.

O vizinho de cimaWhere stories live. Discover now