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Ouço Pantera começar a miar assim que coloco a chave na porta. Pedi que Christopher o deixasse em minha casa antes de ir trabalhar para que eu pudesse matar a saudade dele. Abro a porta com cuidado e o gato pula em cima de mim. Rindo, o pego no colo, sentindo-o esfregar em meu rosto e puxo as malas para dentro, fechando a porta em seguida.

— Também senti sua falta, amiguinho — beijo o topo da sua cabeça com ele ainda miando — Christopher cuidou direitinho de você?

Com ele ainda em meu colo, olho para meu apartamento atentamente e arregalo os olhos. A parede acima do sofá estava repleta de fotos presas por pregadores iluminados que mais pareciam pisca-pisca. Minha mesinha de centro estava forrada com uma toalha branca, tem um balde de gelo em cima, com uma garrafa de vinho dentro, taças e velas. Muitas almofadas vermelhas jogadas pelo meu tapete e mais velas espalhadas pelo raque. Me aproximo do sofá e olho atentamente as imagens. Fotos minhas com Christopher, com as crianças, mais fotos que eu nunca tinha visto antes.

— Christopher? — chamo. Meu coração disparado de emoção — Amor?

Coloco Pantera no chão e o procuro pelo apartamento, mas a única coisa que encontro é um enorme buquê de girassóis em cima da minha cama com um envelope ao lado.

"Oi, meu amor! Espero que tenha feito uma boa viagem de volta para casa! Estava com saudade de você e ansioso para matar essa saudade, mas imagino que queira tomar banho e se arrumar para o nosso próximo encontro memorável, então espero você lá fora. Te amo!

Do seu Chris

Ps: Não se preocupe com as velas, são artificiais e Pantera não corre o risco de se machucar."

Com um sorriso bobo, cheiro as flores antes de seguir para o banheiro e começar a me arrumar.

XXX

A sala está iluminada apenas pela cortina de fotos da parede e as velas espalhadas. Christopher está em pé próximo em frente a mesinha de centro, servindo o vinho em duas taças quando retorno e o observo atentamente. Usando uma calça jeans e uma blusa azul-claro, o cabelo seco e com os cachos querendo se formar. É impossível controlar o sorriso que estampa em meus lábios e as batidas aceleradas do meu coração, principalmente quando ele nota minha presença e seus olhos brilham ao meu olhar, o sorriso que abre ilumina todo seu rosto e meu coração perde uma batida. Se eu já não fosse completamente apaixonada por esse homem, teria me apaixonado nesse momento.

— Oi, amor — sua voz rouca me arrepia.

— Oi, amor — murmuro, andando em sua direção.

Sem dizer mais nada, envolvo seu pescoço com seus braços e grudo nossas bocas em um beijo saudoso. Christopher segura minha cintura, colando nossos corpos e me estreita em seus braços. A saudade que sinto dele é tão grande que não me importaria em pular o jantar e ir direto para minha cama, mas também quero saber tudo o que me preparou e sei que a espera valerá a pena, então não aprofundo mais o beijo.

— Senti sua falta, linda — roça o nariz no meu.

— Eu também senti, amor! Mas agora estou aqui com você — beijo seu queixo — Pensei que estava em um evento.

— Me desculpe por essa mentira — sorri de lado — Já estava preparando isso para você. Está com fome?

— Um pouco — admito.

— Vamos sentar, vem.

Nos sentamos no tapete, de frente para a mesinha de centro e agora reparo que tem duas tábuas de madeira, uma com frutas cortadas, outra com alguns tipos de pães. No centro, duas panelas de fondue.

O vizinho de cimaOnde histórias criam vida. Descubra agora