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— Oi? — Christopher me encara surpreso ao abrir a porta e sorrio.

— Oi. Está ocupado?

— Não, entra... — abre a porta totalmente, mas nego com a cabeça.

— Melhor não — mordo o lábio. Ele sorri divertido e se escora na moldura da porta.

— Não vou fazer nada que você não queira...

— Esse é o problema — passo a língua nos lábios e suspiro — Na verdade, vim aqui te pedir um favor.

— Quer outra massagem? — sorri maliciosamente e rolo os olhos.

— Você é descarado! Não é nada sexual, Chris.

— Uma pena... — seu olhar desce por meu corpo e morde o lábio. Preciso tragar a saliva e coçar a garganta para me concentrar.

— Vim perguntar se você pode cuidar do Pantera enquanto eu viajo — me encara — Amanhã embarco para turnê.

— Já? — concordo — Claro, eu fico com ele sem problemas. Vou cuidar bem dele esses dias.

— Hã... Vou ficar um mês fora, Chris — ele arregala os olhos e vejo seus ombros caírem um pouco.

— Ah! Eu vi a data dos eventos, mas pensei que você só faria as viagens durante os finais de semana.

— A princípio sim, mas... Quando meus livros começaram a fazer sucesso, Fernando era muito novinho e eu sempre fazia bate e volta ou viajava apenas nos finais de semana... Liana sugeriu que eu fizesse algo diferente agora e nós dois terminamos... Enfim, Mai e eu decidimos estender a viagem e espairecer um pouco.

— Claro... Viajar é maravilhoso e tenho certeza de que vocês vão se divertir bastante — força um sorriso — Eu vou ficar com o Pantera, não se preocupe.

— Talvez Paco fique em apartamento alguns dias, mas vou pedir para que ele fale com você se vier mesmo. Assim não tem tanto trabalho com o Pantera.

— Não se preocupe, eu gosto daquele gato — sorri de lado — Não é trabalho algum.

— Bem, ainda assim, se você precisar de alguma coisa lá embaixo — entrego a chave reserva que costumava ser sua.

— Vamos jantar hoje? Queria te levar para um segundo encontro antes da viagem.

— Não posso, é o aniversário da minha ex-cunhada e me comprometi em ir.

— E que horas é seu voo?

— Às nove.

— Então só nos vemos em um mês?

— Talvez seja bom esse tempo distante, Chris. Para entendermos melhor o que queremos — suspiro — Eu sei que está se esforçando e meus sentimentos não mudaram, mas minha confiança ainda está muito abalada e amor não é tudo...

— Tudo bem — força um sorriso — Podemos nos falar ou...

— Claro que sim! Quero notícias do Pantera e de você, vou sentir sua falta — seus olhos brilham e sorrio levemente.

— Posso te levar no aeroporto amanhã?

— Combinei de ir com a Mai, mas se você puder passar para buscá-la, não vejo problemas...

— Não me importo com isso. 

— Então nos vemos amanhã, as sete, certo? Preciso chegar uma hora antes e se o trânsito estiver ruim...

— Sem problemas — me aproximo dele e beijo sua bochecha suavemente.

— Nos vemos amanhã, então.

O vizinho de cimaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant