CAPÍTULO 9: CARA A CARA

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AMÉLIA TORETTO

Eu fui treinada o suficiente para perceber quando algo ao meu redor não está certo. Enquanto eu andava pelo aeroporto, alguns tons mais dourada e carregando uma mala grande, sabia que tinha alguém me seguindo bem de perto. Franzi o cenho já calculando uma saída daquela emboscada, mas quando virei no beco da saída lateral, senti uma forte pancada no ombro esquerdo e, sentindo algo se deslocando dentro de mim, fui direto ao chão. Sabiam perfeitamente onde atacar para me derrubar. Com a mão no ombro, caí de joelhos e já senti colocarem um saco na minha cabeça, algemando minhas mãos. Tentei me debater e me concentrar em algo que não fosse a dor dilacerante, mas nada me tirava do foco. Foi quando uma picada no meu pescoço me fez dormir.

Acordei algum tempo depois — não sei se minutos ou horas — e ainda usava o saco preto na cabeça. Eu tinha raiva por ainda estar sentindo dor e por ainda estar naquela situação. Coloquei meus pés para andar, enquanto eu era arrastada por dois brutamontes e quase fiquei desorientada.

O que estão fazendo com ela? — ouvi a voz exasperada de Roman e franzi o cenho

É assim que trata os velhos amigos? — ouço a voz de Letty

Eu não mandei fazer isso, seu idiota. — reconheço a voz de Senhor Ninguém — Soltem-na.

Quase fiquei cega quando me arrancaram o saco da cabeça e as luzes fortes me alcançaram. Eu estava em uma sala especial, parecia ser numa base secreta.

— Onde é que eu estou? — pergunto

— Lugar Nenhum. — Senhor Ninguém diz

— E é essa a consideração que você tem por mim? Mandando homens acertarem meu ombro adaptado pra me derrubar? — pergunto com raiva

— Por favor, soltem-na. — pede impaciente

— Precisa não. — rosno

Em um golpe rápido, acerto um dos joelhos do homem que me segura pelo braço direito e, quando ele vai ao chão, chuto sua cabeça, fazendo-o apagar. Com o soldado que sobra, me apóio nele e jogo meus pés pra cima, enrolando minhas pernas em seu pescoço e o puxo para baixo, rolando e o aplicando uma chave de perna.

— Senhorita Toretto, meu soldado está começando a ficar azul. — Senhor Ninguém reclama

— Solta! — um homem mais jovem aponta sua arma pra mim

— Abaixa isso aí! — Tej e Roman se levantam, vindo até mim

— Calma, garoto. — Senhor Ninguém diz tomando a arma da mão dele

Tej e Roman me ajudam a levantar e eu me ponho de pé, não perdendo a oportunidade de chutar o rosto do soldado que já estava roxo e tentava puxar o ar. Cuspi nele e o homem mais jovem, que antes me apontava uma arma, veio abrir minhas algemas.

— Se algemada já faz tudo isso. — ele resmunga

— Imagine o que eu vou fazer com a sua bunda, agora que tô livre. — sorri, tentando ignorar minha dor — Quem é você?

— É o Ninguenzinho. — Roman responde

— Esse não é o meu nome! — protesta

— Você está bem? — Tej me olha preocupado

— Vou ficar. — murmuro — Letty, você chamou, eu vim. — me aproximo dela, sentando em cima da mesa — O que tá pegando? O Dom surtou?

— Eu ainda nem acredito. — ela murmura

— Há algum tempo, Owen Shaw estava trabalhando para a cyber terrorista Cypher. Ele estava disposto a conseguir chips militares, capazes de parar um país e matar milhões. — Ninguém explica

Bring Me Back - O Retorno de Torettoحيث تعيش القصص. اكتشف الآن