CAPÍTULO 37: CONEXÕES

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dois meses depois...

DECKARD SHAW

Ela desceu sobre mim, me recebendo até a base e pressionando seu quadril no meu de forma tão intensa, que era como se quisesse que mais entrasse nela. Eu agarrei sua cintura com as duas mãos e afundei os dedos em sua carne, deixando marcas em suas nádegas. Ela revirou os olhos, o corpo tremeu e tombou sobre o meu, os punhos cerrados contra meu corpo. Amélia estava gozando sobre mim, suas paredes escorregadias se contraindo e mastigando-me de forma tão deliciosa, que fez o meu orgasmo chegar. Agarrei seus braços com força, ao não conseguir me segurar e a inundar, fazendo nossos líquidos se misturarem dentro dela. Mordi o lábio inferior, sentindo a sensação desconcertante e, no fundo da minha mente, a voz de Amélia, minutos antes de começarmos a tirar as roupas. Nós não deveríamos estar transando desprevenidos, ela está sem anticoncepcional por conta de um antibiótico pra tratar a alergia que contraiu em nossa visita a um jardim. Eu prometi que ia tirar, eu prometi que cuidaria.

Abri os olhos, frustrado, sentindo meu próprio sêmen escorrendo pelas minhas mãos e se misturando a água do box. Não havia prazer, nem vontade. Era algo totalmente biológico, uma reação a todos os sonhos e lembranças da minha mulher.
Já passavam das quatro da manhã, quando enrolei a toalha em minha cintura e voltei ao quarto, sentindo o perfume de Amélia perdido no ambiente. Depois de sete meses, é como se as coisas estivessem perdendo o cheiro dela. Me joguei em sua cama, sentindo seus cobertores me abraçarem e, por um momento, foi como se seus braços estivessem me abraçando. Gemi baixinho, sentindo minha ereção começar a ir contra o colchão, já que eu estava de bruços. Naquela noite, algo estava errado. Eu estava tendo problemas pra dormir, mas tinha mais alguma coisa. Eu sabia que algo de errado estava acontecendo com Amélia. Eu sentia em todos os meus instintos que ela precisava de mim, que sentia dor. Rosnei e soquei o colchão com força, imaginando o que aquele maluco estaria fazendo com ela.

— Eu vou te achar, amor. — resmungo, o rosto contra o colchão, a voz abafada — Eu vou te achar.

O toque irritante do meu celular alcançou meus ouvidos e, tateando a cama feito um cego, eu o alcancei e deslizei, atendendo uma chamada de vídeo. Virei o rosto, vendo a cara marcada de Owen na tela.

— O que é? — resmunguei

Tá sentindo uma coisa estranha?

— Você precisa tomar uns remédios de verme. — implico

Não é isso, idiota. — revira os olhos — É uma sensação esquisita. Como se Amélia precisasse de ajuda.

— Ela foi sequestrada, com certeza precisa de ajuda. — bufo

Será que… — ele estreita os olhos, pensativo — Chegou a hora?

— Hora de que? — franzi o cenho

Você sabe. — ergue uma sobrancelha — O bebê entrou, agora precisa sair.

— Ah, isso. — reflito — Baseado naquele ultrassom que ela fez dias antes de viajarmos, ela estaria com quanto tempo? Oito meses?

É, talvez isso. — dá de ombros

— Isso não é perigoso? — franzo o cenho — Quer dizer, nascer de sete pode, mas de oito é um grande risco.

Mas é o bebê quem decide quando está pronto.

— Ok, Owen, por que você me ligou essa hora pra me deixar mais nervoso? Porra, eu não preciso de ajuda pra surtar.

Ele fica me encarando, por um tempo, e eu o encaro de volta pela tela. Owen está com a mesma expressão que tinha quando criança, quando tinha uma carta na manga nos nossos truques.

Bring Me Back - O Retorno de TorettoWhere stories live. Discover now