CAPÍTULO 28: VERMELHO

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AMÉLIA TORETTO

O impacto das minhas costas com a parede foi tão grande, que um quadro despencou no chão. Eu permaneci o encarando de cabeça erguida, meu sangue quente me impedindo de sentir o impacto. Deckard ainda tentava absorver o golpe que havia ganho, enquanto me encarava com sangue nos olhos.

— Não me desafie, Amélia.

Sua voz soou sombria e baixa, fazendo uma corrente de adrenalina passar pelo meu corpo, como combustível.

— Não me tente, Deckard.

Devolvi na mesma hora, tentando fazer minha voz soar tão ameaçadora quanto a dele.
Dei uma cabeçada nele, forte o suficiente para afastá-lo e, quando ele levou as mãos para a testa, eu soquei suas costelas, o empurrando pra longe. Antes que eu chegasse na escada, ele me agarrou pelo tornozelo, me fazendo cair de bunda nos degraus.

— Não seja uma menina má.

— Não seja um babaca.

Prendi seu braço e passei as pernas por seu pescoço, deixando-o preso entre minhas pernas. Ele me encarou e então, me surpreendendo, começou a se erguer, tirando-me do chão. Em um golpe rápido, Deckard me soltou contra o sofá e eu me joguei para o chão, antes que ele se jogasse sobre mim. Chutei seu joelho e me levantei, pegando uma almofada e acertando sua cabeça duas vezes.

— Por que estamos brigando? — ele cruza os braços na frente do rosto, se protegendo

— Por que? — o bato de novo

— Amélia, para!

— Enquanto eu era torturada e me mantinha leal a você, você estava pegando aquela VACA. DA. MARGARITA. — as últimas três palavras, disse pausadamente, acompanhada de uma almofadada

— Ela me beijou! — ele franze o cenho

— Quando um não quer, dois não beijam, Deckard!

— Ela é uma amiga. Se eu a estressasse, talvez ela não me ajudaria a salvar você.

— Você nem percebeu que eu tinha sumido, seu idiota! — bato nele de novo

— Espera! Chega! — grita — Eu disse que você me ouviria!

Jogo a almofada com força em seu rosto, fazendo-o cambalear para trás e a almofada cair no chão. Fico em silêncio, a respiração pesada, o encarando séria, com as mãos na cintura. O que Deckard quer?

— Será que eu posso falar? — me olha

— Eu não quero ouvir você. — me viro

— Teimosa! — o sinto agarrar meus braços

— Me solta! — me debato

— Eu costumo adorar preliminares, mas essa aqui tá me estressando.

Com o corpo colado no meu, ele me põe contra a parede, afasta meus cabelos e põe a boca no meu ouvido, diminuindo a voz.

— Eu não quero a Margarita. — diz e respira fundo, fazendo-me arrepiar

— Vou fingir que acredito. — debocho

— Eu quero você. — morde minha orelha

O mundo parecia ter ficado em câmera lenta, quando ele disse isso. Eu franzi o cenho, sentindo seu quadril me pressionar e sua ereção roçar na minha bunda.

— Mentiroso. — murmurei confusa

— Eu pareço estar mentindo? — pressiona sua ereção em mim

Bring Me Back - O Retorno de TorettoWhere stories live. Discover now