Bring Me Back - O Retorno de Toretto

CAPÍTULO 38: QUE COMECEM OS JOGOS

DOMINIC TORETTO

Los Angeles, Califónia 1997

— E a cor da neve é...? — ouvi Mia perguntar, enquanto eu terminava de parafusar um pneu do Charger do papai

— Branca. — ouvi Maria responder sem hesitar e sorri

— Muito bem! — Mia comemorou

Me permiti tirar os olhos dos parafusos e olhei para o lado, vendo minhas duas irmãs sentadas no quintal, com livros infantis abertos sobre a mesa. Aquela parecia ser a visão do paraíso para mim. Mas embora eu estivesse aliviado por vê-las em segurança e por acompanhar o crescimento rápido da nossa caçula, Jakob ainda era o foco dos meus problemas atuais. Se misturando com a gangue mesquinha do outro lado da cidade, usando o fato de ser meu irmão para se enfiar nas maiores roubadas e me chamar para resolvê-las. Após nossa última briga, há quatro dias, eu não o vi mais. Era um fato estranho ele não ter vindo em casa nem mesmo na minha ausência, para ver Maria. Como ele mesmo diz, a ausência é algo perigoso, na idade dela. Ela aprende coisas novas todos os dias e, esquecer um rosto acaba sendo inevitável. Ele nunca se ausenta da vida dela e o fato de estar fazendo isso agora, aguçava meus instintos. Eu sinto a tempestade chegando, mas não sei dizer quando ela cairá.

— Dom, eu tenho aula agora! — ouço Mia dizer em voz alta

— Um segundo! — grito de volta

Solto as ferramentas e me levanto, limpando as mãos em um pano surrado que não serviu de muita coisa. Saio da oficina, indo até o quintal e vendo Mia se despedindo da nossa caçula com um beijo estalado na bochecha. Eu sorrio com a cena e sinto algo acalentando meu coração.

— Deseje bons estudos à sua irmã, Maria. — digo ao me aproximar delas e beijar a testa da mais velha

— Boa aula, Mimi. — ela diz com os olhinhos focados nos bichos desenhados em seu livro

— Vejo vocês mais tarde. — Mia sorri e me olha — Por favor, não a deixe sujar o vestido.

— Mia, ela é uma criança e não uma boneca. — comento me sentando na cadeira ao lado de Maria, onde Mia estava e observo o vestido florido cheio de babados que a pequena usava

— Isso é uma ordem! — Mia finge estar brava, enquanto se afasta

Maria parecia alheia a tudo, enquanto folheava o livro sobre animais com suas mãozinhas pequenas e seus dedinhos esguios. Ela parece fascinada com cada detalhe que o ilustrador pôs no livro e solta alguns suspiros, de vez em quando.

— E então, o que iremos aprender agora? — pergunto pegando o livro de suas mãos

— Suas mãos estão sujas, Nikito. — ela diz ficando em pé em sua cadeira e pulando para o meu colo

— Isso é um problema? — pergunto a segurando com um dos braços, antes que ela se desequilibre e caia no chão

— Não, eu gosto. — ela diz se aninhando entre meus braços e se sentando em meu colo, deitando as costas em meu peito — Página dois. — manda

— E você lá sabe o que é a página dois? — implico, abrindo o livro no início

— Mia me ensinou, vem depois da página um.

— Você é muito esperta. — sorri — Puxou a mim.

— Jay diz que você é burro.

— Eu não sou burro e sou muito gentil. — me finjo de ofendido — Vou até ler esse livro chato pra você.