CAPÍTULO 13: CIÚMES

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AMÉLIA TORETTO

— Agora respira fundo. — Freddie pede segurando meu braço no alto, forçando-o para trás

— Como que respira fundo com a dor que você tá me causando, Frederick? — pergunto fazendo uma careta

— Vamos, não seja ranzinza. — ele sorri pra mim — Respira fundo.

— Tá doendo. — resmungo

— Respira fundo, Amélia.

— Chato! — reviro os olhos

Frederick Taylor, meu fisioterapeuta, vem se empenhando em mim quatro vezes na semana. Era pra ser só duas, mas digamos que Decks e Dom estão pagando muito por isso. Freddie já é um velho conhecido meu. Sempre que estou no sul da França e sinto que estou começando a enrijecer, ele me ajuda com alguns movimentos terapêuticos.

— Se você for boazinha, eu até te libero pra dirigir. — me chantageia

— Vai precisar ser bem convincente pra fazer meus guarda-costas mudarem de ideia. — bufo — Dom e Deckard estão marcando firme.

— Você tá evoluindo muito rápido, Amélia. Já vi pessoas na sua situação que demoraram muito mais. Realmente não vejo problemas em te deixar dirigir.

— Vai dizer isso pros brutamontes? — eu o olho

— Enfrentar aqueles dois por você? — estreita os olhos — E o que eu ganho em troca? — sorri galanteador

— Vou pensar no seu caso. — me fiz

— Bom, por hoje é só. — me solta — Tá livre da tipóia.

— Eu nem acredito! — sorri animada — Deus é bom o tempo todo, caralho!

— Dramática. — ri

Freddie é um homem muito charmoso. Os olhos cor de mel, sobrancelhas grossas, alto, maxilar bem marcado e estava sempre sorrindo. Eu já havia dado alguns foras nele, mas ele nunca desiste. É um solteirão de quarenta anos que não perde uma. Não sei se era a minha carência, mas estava começando a cogitar ceder agora.

Eu estava vivendo sob o mesmo teto que o Deckard há, pelo menos, dois meses. Era difícil vê-lo treinar sem camisa, suado, pela manhã. Saber que ele dormia no quarto ao lado, quando dormia, era torturante.

— Diga aos dois Ds que eu te liberei. — ele diz guardando o jaleco na maleta e vestindo a jaqueta de couro marrom — Nada de direção perigosa.

— O perigo tá no meu sangue. — fico de pé

— Quer que eu diga pra eles que você deve ficar deitada, trancada no quarto? — me olha com um sorriso debochado

— Não! — bato em seu ombro

— Então nada de direção perigosa.

Observo Freddie com atenção. Estamos muito próximos e eu sinto meu corpo começar a esquentar. Odeio a sensação de estar subindo pelas paredes.

Freddie me pega pela cintura e cola seu corpo no meu, me olhando nos olhos. Com a outra mão, ele me agarra pela nuca e aproxima nossos rostos. Eu apóio minhas mãos em seus ombros e observo os detalhes de seu rosto, enquanto ele encara a minha boca. Não demora muito até que nossos lábios se unam e nossas línguas começam a se enlaçar. Já de cara eu me praguejo por não ter dado uma chance pra ele antes. Freddie beija muito bem.

Em um ato surpresa, ele me ergue um pouco e me senta no armário onde os pesos da academia ficam, derrubando alguns mais leves. Passo minhas mãos para a sua nuca e ele desce uma das mãos para a minha coxa, apertando-a. Seus beijos vão para todo o meu pescoço e eu bufo frustrada, por sentir meu centro latejar em expectativa. Senti falta de Mike. Ele sabe como me dar o que eu quero sem muita enrolação, sem muito contato íntimo como beijos e carinho.

Bring Me Back - O Retorno de TorettoWhere stories live. Discover now