CAPÍTULO 19: SEDE DE VINGANÇA

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AMÉLIA TORETTO

A estrada de terra estava deserta, exceto pelos três carros de Alejandro Barba nos cercando. Em um deles, blindado, eu podia ver a pequena garotinha no banco de trás, chupando um pirulito, porém assustada com o que estava acontecendo.

— Vai manter a menina no banco de trás de um carro blindado? — pergunto na intenção de descrever a cena para todos — Não acredito que não confia na minha boa fé.

Alejandro sorri pensativo, ao nos observar.

— Vamos falar de negócios? — ergue uma sobrancelha

— Vamos. — confirmo — Eu quero assumir a dívida do Mike. Eu pago os trezentos mil, vocês liberam a menina e esquecem tudo isso.

— Quinhentos mil. — Barba corrige e eu franzo o cenho

— Como é? — Mike pergunta

— Acréscimos. — Barba dá de ombros

— Tá, que seja. — reviro os olhos — Eu pago.

— Acontece, minha cara Amélia, que seu amigo Mike nos desrespeitou. — me encara, olhos nos olhos

Não tô gostando disso!

— Eu prezo muito pelo respeito e, se alguém não me respeita, eu faço respeitar na marra.

Os três homens que estão com ele, do lado de fora dos carros, apontam seus fuzis em nossa direção. Ergo os braços, em rendição.

Merda!

— Não precisamos disso. — Mike diz — Eu só quero a minha filha.

— Eu sei que quer. — Barba sorri, puxando sua pistola prateada — Mas ela é minha agora.

— Seu desgraçado! — Mike rosna e tenta ir pra cima dele

— Para, Mike! — o seguro — Para! Pensa, caralho! Mike, pensa!

Fico na frente de Mike, o segurando pelos braços, tentando mantê-lo focado em mim.

— Respeito, Michael. — Barba diz levantando sua arma e eu me viro, a tempo de vê-lo

— Abaixa essa arma. — peço

— Vejo vocês no inferno. — sorri

Mike passa por mim e me puxa pra trás, indo pra cima de Barba. Já no primeiro disparo, o corpo dele despenca sobre o meu e eu grito, sentindo o comunicador cair da minha orelha. O segundo disparo é desnecessário e não atinge ninguém, mas começo a ouvir o barulho pesado do motor de Dom. Barba entra no carro em que Olivia está e acelera pra longe, sendo seguido pelos motoristas dos outros dois carros. Os capangas que ficam miram suas armas em mim, mas Dom derrapa com seu carro em nossa frente, criando um escudo e, Letty e Deckard surgem de trás do meu carro, atirando.

— Mike! — arregalo os olhos ao ver a quantidade de sangue na minha camisa — Ai, meu Deus!

A lateral da cabeça de Mike está arrebentada e seus olhos estão vidrados em mim. Ele não tem pulso e isso me desespera.

— Amélia! — ouço Deckard me chamar, mas só consigo enxergar todo aquele sangue

— Mike! — grito de novo, sentindo a onda de choro me pegar, por não obter respostas

Seguro a cabeça de Mike contra o meu peito e fico pressionando o buraco de bala, embora aquilo não vá adiantar de nada. Michael não está mais aqui. Não está mais comigo.

— Amélia, você está bem? — Deckard se ajoelha, na minha frente, tentando pegar as minhas mãos — Está ferida?

— Para! — peço chorando, me afastando — Não. O sangue é dele. É do Mike.

Bring Me Back - O Retorno de TorettoOnde histórias criam vida. Descubra agora