CAPÍTULO 44: LOUCURA

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AMÉLIA T. SHAW

De volta a masmorra, como eu ainda estava no teto do carro rebaixado de Owen, eu apenas pulei para o chão quando ele estacionou. Uma série de carros começou a estacionar, um do lado do outro, trazendo parte da equipe de volta. Deckard estacionou meu McLaren, mas eu nem tive tempo de verificar o arranhado horrendo que estava no capô. Assim que Dom estacionou, eu marchei descalça em sua direção, sentindo o sangue ferver dentro de mim. Ele me disse que Jakob havia ido embora porque quis e não que havia expulsado o nosso irmão de casa.

— Ele foi embora porque quis, não é? — rosno

— Amélia, você não entende.

— Não entendo o que? — gritei e espalmei as mãos em seu tórax, o empurrando com força, fazendo-o bater violentamente as costas na lataria de seu carro

— Amélia, para, por favor! — Mia pede se aproximando

— Fica fora disso, Mia! — lhe dirijo um olhar mortal, logo voltando a encarar meu irmão mais velho — Você me disse que não se dá as costas para a família! — apontei meu dedo indicador para o seu rosto — Você, seu hipócrita!

— Eu achava que ele havia matado você! — grita de volta — Era minha responsabilidade cuidar de vocês!

— E você cuidou tão bem que olha a merda que estamos metidos agora!

— Ele se meteu com gangues, apostadores. Você não sabe de nada, não lembra de nada. — cospe as palavras — Jakob sempre foi um santo pra você e pra Mia, mas era eu quem via as merdas que ele fazia.

— Você ficou dois anos em Lompoc! — Mia se mete na discussão — Ele fez o que pôde para não deixar faltar nada pra gente.

— Ele sabia muito bem onde estava se metendo.

— Devia ter sido honesto! — o empurro de novo — Devia. — acerto um soco em seu rosto — Ter sido. — outro soco — Honesto! — outro soco

— Já chega! — Mia grita

— Dom! — Letty tenta se aproximar

— Fica fora disso, Letícia. — ele a impede de se intrometer e limpa o canto da boca, que escorre um pouco de sangue — Você não entende.

— Você achou mesmo que ele seria capaz de me matar de propósito? — estrito os olhos, sentindo as lágrimas tentarem escapar

— Você não conhece o Jakob. — me encara

— Então me mostra quem ele é! — grito o agarrando pelo colarinho e o jogando contra o carro, mantendo-me cara a cara com ele

— Amélia, solta ele. — Deckard põe uma mão em meu ombro

— Fica fora disso, Deckard. — rosno ainda o encarando — Fala pra mim, Dom. A história toda.

— Enquanto eu estava na cadeia, eu descobri que ele estava ligado com uma gangue e que devia milhares de dólares para os apostadores. A mesma gangue que armou e matou você, desde antes do nosso pai morrer. — ele diz me olhando nos olhos — Aquilo foi a gota d'água pra mim, Amélia. Jakob não tem mais jeito.

— Devia ter sido honesto. — digo sentindo as lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto — Devia ter sido honesto. — o solto

Respirando fundo, me afasto de todos e me jogo na cadeira confortável de Deckard, sentindo todas as minhas juntas estalarem. Eu estava há muito tempo parada, estava ficando enferrujada. Hattie se aproximou de mim e sorriu fraco, me oferecendo um copo de licor, que eu agradeci e bebi um longo gole, sentindo o álcool me relaxar, momentaneamente.

Bring Me Back - O Retorno de TorettoOnde histórias criam vida. Descubra agora