CAPÍTULO 29: O FOGO ENCONTRA A GASOLINA

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AMÉLIA TORETTO

Estava quente.
Muito quente.
E eu não estou falando do sol de 39°C que está chocando a minha cabeça.

Deckard Shaw, suado, sem camisa, óculos aviador, uma garrafa de cerveja na mão e dirigindo uma lancha

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Deckard Shaw, suado, sem camisa, óculos aviador, uma garrafa de cerveja na mão e dirigindo uma lancha. Sinceramente, aquilo era quente demais. Ele era o velho da lancha que eu pedi a Deus. Brincadeira.
Faziam uns vinte minutos que eu estava torrando no sol, enquanto Decks nos guiava pelas ilhas do litoral, procurando um ponto seguro para parar e mergulhar. Ele, mergulhar. Eu não iria nem a pau.
Por falar em pau, Deckard me entregou duas pílulas do dia seguinte hoje de manhã — que eu tomei com um suco — e disse que Hattie as arrumou. Resumindo, mais cedo ou mais tarde eu vou ter que encarar o humor ácido dela e as perguntas nem um pouco discretas de Owen.
Me virei de bruços e virei a cabeça para a direita, só pra ter a visão de Deckard concentrado. Mordo o lábio inferior quando sinto meu corpo dar os sinais. Eu acho que sempre estarei pronta para recebê-lo entre as minhas pernas.

— Gosta do que vê? — eleva um pouco a voz, para que eu o ouça

— Melhor, impossível. — respondo

— Duvido que seja melhor que a vista que eu tenho daqui. — rebate com um sorriso de lado e os olhos na minha bunda

Acabo sorrindo. Eu sempre adorei passar um tempo com Deckard. Ele sempre muito concentrado, antigamente me ensinando golpes e como usar minhas fraquezas a meu favor. Sempre disciplinado, fazendo uma ou outra piada, me mostrando os princípios da família Shaw. Mas agora era diferente. Ele não estava ali como meu mentor, estava ali como meu companheiro. Como o homem que eu tanto sonhei.
Eu estava com medo. Medo que isso tudo não seja real e que depois ele volte a ser o cara que ignora, que vive viajando e se mantendo longe da família, para nos colocar em segurança.

Suspirei e me levantei, dando a volta no barco e entrando na cabine, chamando a atenção de Decks. Ele estava meio sentado e meio de pé no banco, enquanto pilotava.

— Estamos quase chegando na baía dos reis. — ele explica, após beber um gole de cerveja — Lá é super seguro pra nadar.

— Tanto faz, eu não vou sair desse barco. — me aproximo e me coloco entre ele e o volante, sentando em seu colo

— Por que tanta aversão a nadar? — beija meu pescoço

— Medo, eu acho. — pego a cerveja da mão dele e bebo um longo gole — Não gosto de nada que não esteja sob meu controle.

— Nadar é uma maneira de ficar no controle, gênio. — diz e eu bebo mais, terminando sua cerveja — Engoliu tudo.

— Você não reclamou quando eu engoli tudo, de madrugada.

— Eu não acredito que disse isso. — atinge um tapa na minha coxa

— Au! — reclamo

— Você está começando a ficar vermelha. Devia tomar cuidado com o sol. — desacelera

Bring Me Back - O Retorno de TorettoWhere stories live. Discover now