AMÉLIA ELIZABETH
Dias se passaram desde que eu finalmente me dei conta de que havia encontrado a minha família biológica. Eu era Maria Toretto, irmã de Dominic e Mia Toretto, cunhada de Brian O'Conner e parte da família distorcida de Dom. Demorou pra ficha cair e, por alguns dias, eu fiquei sem saber qual seria o meu próximo passo. Passei tantos anos imaginando e achando que só saber me bastaria que, agora que finalmente sei, sinto que não é o suficiente, mas também não sei ao certo o que fazer.
Deckard está me rastreando pelo país e, da última vez em que falei com ele, ele estava realmente furioso e disposto a me castigar de algum jeito, mas não tive tempo para me importar com ele - não desta vez. Pela primeira vez desde que me juntei aos Shaw, eu me sentia perdida e desamparada. Eu não nunca fui uma pessoa frágil, mas toda vez que eu vejo a foto de Dominic Toretto jovem com a eu de quatro anos no colo, eu me desmancho em lágrimas. Lágrimas dolorosas, porque eu não consigo me lembrar de nada além de gritos e seu olhar de desespero. O olhar que ele dirige para mim, naquela foto, é amável e devoto, como se eu fosse a coisa mais preciosa da vida dele. Então por que eu acordei sozinha naquela maca de hospital, sem saber meu nome? Não tinha ninguém esperando por mim, ninguém para segurar a minha mão. Por que eu fui jogada pra fora, posta pra adoção, como mercadoria de brechó que você não quer e passa para quem ainda possa aproveitar?
— Pronto. — atendo o telefone
— Tem um Decks furioso atrás de você. — a voz de Magdalene é brincalhona
— É, eu sei. — suspiro — Se algum dia ele me visitar de novo, acho que não vou ganhar presente.
— Você está bem? — pergunta — Não minta pra mim.
— Eu não sei. — murmuro
— Querida, recebi informações do Shane. Sei o que está acontecendo.
— Então ele te contou quem foi que me enviou isso? — franzo o cenho, encarando a escrivaninha cheia de documentos — Eu não sei mais o que fazer.
— Querida, o Owen foi pego. — diz
— O que?
— Tiraram ele do hospital em que o Decks o colocou e o levaram para sabe-se lá onde, provavelmente com segurança máxima no cu do mundo.
— O que aconteceu com ele, mama? — pergunto — Ele se meteu com gente grande?
— Ele estava brincando de gangster com uma terrorista e precisava pegar um chip para ela. — conta — O governo ficou sabendo e enviou uma equipe americana para pará-lo. Mais um filho que se perdeu. - respira fundo
— Por isso Deckard não me quer aqui. — constato — Ele tá caçando.
— E você também. — diz — Querida, você e o Deckard estão caçando a mesma pessoa.
— O que? — franzo o cenho
— Foi a sua família que aleijou o meu Owen.
Arregalo os olhos e sinto meu mundo parar de girar, por alguns segundos.
— A casa deles explodiu, mama. — sinto meus olhos arderem, com lágrimas reprimidas
— Olho por olho, filha.
— Tinha um menino de dois anos. — digo — Uma criança que não tem culpa de nada.
— Ninguém se feriu, Amélia. Ao que tudo indica, seus parentes sabem se virar.
— Mama, Deckard não vai sossegar enquanto não matá-lo, não é?
— Sei onde quer chegar. — adverte — Não se envolva nisso, Amélia.
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Bring Me Back - O Retorno de Toretto
FanfictionEla foi vítima de uma armação dentro da própria família e, desmemoriada, foi posta para adoção. Sem saber de onde veio e qual será o seu rumo, pulou de lar em lar, buscando nas famílias adotivas algo que preenchesse o vazio dentro de si. Com apenas...