CAPÍTULO 3: O CORAÇÃO SE LEMBRA

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AMÉLIA ELIZABETH

Dias se passaram desde que eu finalmente me dei conta de que havia encontrado a minha família biológica. Eu era Maria Toretto, irmã de Dominic e Mia Toretto, cunhada de Brian O'Conner e parte da família distorcida de Dom. Demorou pra ficha cair e, por alguns dias, eu fiquei sem saber qual seria o meu próximo passo. Passei tantos anos imaginando e achando que só saber me bastaria que, agora que finalmente sei, sinto que não é o suficiente, mas também não sei ao certo o que fazer.

Deckard está me rastreando pelo país e, da última vez em que falei com ele, ele estava realmente furioso e disposto a me castigar de algum jeito, mas não tive tempo para me importar com ele - não desta vez. Pela primeira vez desde que me juntei aos Shaw, eu me sentia perdida e desamparada. Eu não nunca fui uma pessoa frágil, mas toda vez que eu vejo a foto de Dominic Toretto jovem com a eu de quatro anos no colo, eu me desmancho em lágrimas. Lágrimas dolorosas, porque eu não consigo me lembrar de nada além de gritos e seu olhar de desespero. O olhar que ele dirige para mim, naquela foto, é amável e devoto, como se eu fosse a coisa mais preciosa da vida dele. Então por que eu acordei sozinha naquela maca de hospital, sem saber meu nome? Não tinha ninguém esperando por mim, ninguém para segurar a minha mão. Por que eu fui jogada pra fora, posta pra adoção, como mercadoria de brechó que você não quer e passa para quem ainda possa aproveitar?

— Pronto. — atendo o telefone

— Tem um Decks furioso atrás de você. — a voz de Magdalene é brincalhona

— É, eu sei. — suspiro — Se algum dia ele me visitar de novo, acho que não vou ganhar presente.

Você está bem? — pergunta — Não minta pra mim.

Eu não sei. — murmuro

Querida, recebi informações do Shane. Sei o que está acontecendo.

— Então ele te contou quem foi que me enviou isso? — franzo o cenho, encarando a escrivaninha cheia de documentos — Eu não sei mais o que fazer.

— Querida, o Owen foi pego. — diz

— O que?

Tiraram ele do hospital em que o Decks o colocou e o levaram para sabe-se lá onde, provavelmente com segurança máxima no cu do mundo.

O que aconteceu com ele, mama? — pergunto — Ele se meteu com gente grande?

Ele estava brincando de gangster com uma terrorista e precisava pegar um chip para ela. — conta — O governo ficou sabendo e enviou uma equipe americana para pará-lo. Mais um filho que se perdeu. - respira fundo

— Por isso Deckard não me quer aqui. — constato — Ele tá caçando.

E você também. — diz — Querida, você e o Deckard estão caçando a mesma pessoa.

O que? — franzo o cenho

Foi a sua família que aleijou o meu Owen.

Arregalo os olhos e sinto meu mundo parar de girar, por alguns segundos.

— A casa deles explodiu, mama. — sinto meus olhos arderem, com lágrimas reprimidas

Olho por olho, filha.

Tinha um menino de dois anos. — digo — Uma criança que não tem culpa de nada.

Ninguém se feriu, Amélia. Ao que tudo indica, seus parentes sabem se virar.

Mama, Deckard não vai sossegar enquanto não matá-lo, não é?

Sei onde quer chegar. — adverte — Não se envolva nisso, Amélia.

Bring Me Back - O Retorno de TorettoWhere stories live. Discover now