Bring Me Back - O Retorno de Toretto

CAPÍTULO 46: CARTAS NA MESA

AMÉLIA T. SHAW

Me debrucei sobre a mesa cheia de controles e botões, estreitando os olhos sem acreditar no que eu estava vendo naquela tela. Aquela era a minha ficha original, coletada por Ninguém e companhia. Nela dizia meu nome de batismo, meu atual nome e o nome dos meus irmãos. Todos os meus irmãos. Franzi o cenho. Ninguém disse que meu desaparecimento era uma incógnita para ele e que a minha história era um mistério, no entanto, diferentemente da ficha que chegou em minhas mãos, anos atrás, o nome de Jakob está filiado ao meu agora. Como? Se Jakob era um fantasma até pouco tempo atrás e só fez mal ao Ninguém agora, com Cipher, como Ninguém saberia da existência dele?

— Ele era tão poderoso quanto Deus, Amélia. — Roman comenta, ao meu lado — Deve ter descoberto sobre Jakob.

— Vocês disseram que não conseguiram falar com ele, quando eu fiquei fora.

— Quando você foi sequestrada, você quis dizer. — ele me corrige

— E agora o nome de Jakob aparece em todos os meus registros? — dou continuidade ao meu raciocínio, deixando sua correção de lado

— Relaxa, gata. — Ashley acerta um tapa em minha bunda, que está empinada para cima — Vai poder perguntar para ele quando o acharmos.

— O que te faz pensar que ele não está morto? — Ramsey a olha

— É do Senhor Ninguém que estamos falando, Ramsey. — Ashley revira os olhos — Ele sempre tem uma carta na manga.

— Essa merda está muito estranha.

— Amélia. — Deckard, que está no primeiro andar da base, grita e eu o olho

— Ei, foi só um tapinha, Deckard. — Ashley implica

— Nós temos visitas. — Decks diz ignorando Ash

Por uma das entradas da base redonda, dois homens saem das sombras. O primeiro é Jakob, que caminha pra dentro com as mãos erguidas, em sinal de rendição. O segundo é Dom, que tem uma pistola apontada para ele, em uma distância segura. Meu coração acelera e eu desço correndo para o mesmo nível que eles, sendo seguida por todos que estão comigo. Quando finalmente chego perto dos dois, no meio da base, Jakob abaixa os braços e me encara, certo divertimento visível em seus olhos.

— Você realmente pulou sem uma ponte? — a sombra de um sorriso surge em seus lábios

— Você me deu outra escolha? — o encaro — Só tinha espaço pro seu carro naquele avião.

— É. — ele se permite rir — Devo admitir, você fica muito mais bonita quando está... — ele franze o cenho e desvia o olhar. Parece um pouco envergonhado

— Livre? — franzo o cenho — Fora de uma caixa à prova de balas?

— É. — murmura

— Eu mandei ficar com as mãos onde eu possa ver. — Dom chama atenção

— Eu não tenho nenhuma arma aqui. — Jakob revira os olhos — E, se eu quisesse fazer alguma coisa, já teria feito.

— Não há o que fazer. — Roman o olha — Ele está cercado. Somos seis contra um.

— Ele é um Toretto, Roman. — Tej comenta — Não se esqueça disso.

— Vamos finalmente ter uma conversa de família? — encaro meus dois irmãos — Com a família toda?

— Ah, nós com certeza vamos. — Mia diz entrando na base — Espero isso por muito tempo.

— Mia? — Jakob franze o cenho ao vê-la — Largou seus filhos pra vir aqui?