CAPÍTULO 16: LEMBRANÇAS

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DECKARD SHAW

Eu não conseguia dormir, além de algumas sonecas de vinte minutos. Enquanto o sol já iluminava parte do quarto, eu observava a bunda de Amélia. Ela estava deitada de bruços, o rosto virado para mim, sem as cobertas para cobrir seu corpo. Eu passei a noite inteira jogando o edredom sobre ela, mas ela era muito calorenta e se livrava dele aos chutes.
Cansado de observar, fui ao banheiro e voltei de lá usando minha cueca, com a ideia de juntar minhas roupas e sair daquele quarto o mais rápido possível.

No dejes que esto suceda. — Amélia sussurrou — Por favor. — se encolheu na cama — ¡Nikito!

Franzi o cenho a observando. Sua respiração estava acelerada e ela estava suando, enquanto se encolhia e chamava pelo apelido de Dom. Me sentei na cama, deixando a ideia de ir embora de lado.

— Ei, Amélia. — coloquei a mão em seu ombro, sentindo-a tremer

— Não. — ela resmungou, se encolhendo mais — Por favor, por favor! — começou a chorar desesperadamente

— Ei! — me deitei ao seu lado — Ei, ei, ei! — a puxei pra mim

— Não! Não! — se debate — Eu não consigo me mexer. Não consigo me mexer!

— Sh, sh! — a abracei forte, deitando sua cabeça em meu peito — Você não está lá, Amélia. Não está naquela ribanceira, você pode se mexer.

— Não. — resmunga chorando

— Eu tô aqui, ok? — acaricio seus cabelos — Calma.

Pego o controle do ar condicionado, na mesa de cabeceira, e diminuo a temperatura para deixar o quarto mais gelado, já que ela está suando muito. A cubro novamente e fico murmurando palavras calmas até que ela pare de falar e volte a dormir tranquila. Já passam das sete da manhã e eu raramente estou na cama essa hora, mas agora não consigo mais ir embora.
Algum tempo depois, quando Amélia para de tremer e rola na cama, eu respiro fundo e me sento, já não conseguindo mais ficar deitado. No chão, perto do meu cinto, o celular dela vibra e a tela brilha, mostrando que Mike Jones está ligando para ela. Uma foto escrota dele com a língua na cara dela está esfregando na minha cara que a amizade deles é colorida demais. Bufo e desligo a ligação, vendo que cinco outras chamadas dele não foram atendidas. O telefone volta a vibrar de novo e eu reviro os olhos, sentindo uma mão subir pelas minhas costas. Chuto o celular para debaixo da cama e me viro, sorrindo para Amélia, que está se espreguiçando.

— Isso não é real. — ela murmura, com os olhos apertados — Bom dia. — se senta

— Boa tarde. — corrijo — São oito e meia.

— Uau! — resmunga — Vou ter que dobrar o treino de amanhã. — se levanta e se alonga, não dando a mínima para sua nudez

A observo encostar as palmas das mãos no chão, me dando a visão perfeita de sua intimidade. Na minha cueca, sinto uma ereção se formar. Se ela está fazendo isso de propósito, está funcionando.

— Onde está meu celular? — fica ereta e olha o quarto, vendo a bagunça que fizemos — Você não é o senhor Odeio Bagunça? — me olha após observar nossas roupas espalhadas

— Posso abrir algumas excessões. — a olho

— Tô vendo. — me encara

Ela debruça na cama, ficando de quatro e engatinha até mim, ficando cara a cara comigo. Eu sei que já devia estar longe dela e deste quarto, mas seus lábios estão muito perto dos meus.

Tia Amélia! — a voz infantil nos atinge

— Ah, droga. — ela resmunga — Oi, Jack! — grita de volta

Bring Me Back - O Retorno de TorettoOnde histórias criam vida. Descubra agora