sete.

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DIZER QUE HOMENS podem ser teimosos como mulas seria um insulto às mulas

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DIZER QUE HOMENS podem ser teimosos como mulas seria um insulto às mulas.

James estava há uma hora limpando e encerando o mesmo troféu, Filch já ameaçara pendurar ele pelos calcanhares; mas ele continuava sendo teimoso o suficiente para se recusar a trocar de prateleira, de forma que ficaria perto o suficiente de Friday para que ela iniciasse uma conversa.

Ele se lamentava sobre algo, e Friday jurava ter escutado ele falar sobre garotas serem complicadas demais, ruivas e loiras irritantes e doidas.

Dunequim simplesmente começou a falar alto, sem dar importância alguma para a presença do zelador; ela gesticulava com as mãos, procurando qualquer resquício de boa vontade dentro de James.

Desde o começo do dia James estava sem falar com ela, depois que ela gritara com ele, dizendo que o odiava; e a primeira coisa que Friday percebeu nele quando o encontrou para o cumprimento de sua detenção, foi que seu cabelo estava mais bagunçado do que o comum e ele cheirava a cerveja amanteigada misturada com uísque de fogo, como se tivesse passado a tarde no três vassouras; Friday se permitiu dar uma risada singela, imaginando novas formas que Lily poderia rejeitar ele.

Assistindo dos bastidores, qualquer um diria que claramente os dois estavam desconfortáveis, James constantemente afrouxava sua gravata e agora o nó dela já estava na metade, Friday passava os dedos por entre o cabelo, tirando pequenos nós dele.

Filch os alertou que cuidaria de outra detenção, em paralelo a deles, e que se mexessem um dedo a mais do que o necessário, sofreriam graves consequências; Friday jurou ter visto James rir do zelador, como quem não tem medo, mas o mesmo continha uma expressão séria.

Assim que o zelador saiu de cena, Dunequim passou para outro troféu, no qual ela decidiu tomar mais cuidado; se tratava de um troféu dourado e brilhante, como se fosse polido todos os dias por seu dono, era um prêmio de quadribol, com a premiação de melhor partida em posição de artilheiro e o nome James Potter escrito em itálico, com as letrinhas pequenas reluzindo na luz.

Um suspiro de admiração escapuliu de seus lábios e James dirigiu os olhos para ela, testemunhando as próprias bochechas corarem quando ele reconheceu o objeto que Friday admirava.

— Em pouco tempo você consegue um desses, principalmente pelo fato do capitão escolher quem recebe ou não. — ele disse, sugerindo levemente que daria privilégios para a loira.

— Em que ano conseguiu?

— Ano passado.

— Deviam ter te dado um desses antes. — Dunequim admitiu, dando um empurrão de leve no braço de James.

Uma risada inesperada saiu da boca de Friday, alta e esganiçada. James jogava quadribol desde seu segundo ano e só fora receber um troféu em seu quinto ano; quando era o melhor jogador do time.

— Mas então. —  James fingiu tossir, para chamar atenção da garota — Você sabe tudo sobre mim, aparentemente. E eu não sei nada sobre você.
Conte-me seus segredos, Friday Dunequim.

— Para você espalhar pela escola toda? Nunca. — a moça loira negou, com um sorriso bobo cruzado no rosto.

— Eu não contaria, só para o Sirius...para o Remus, Peter, nada demais.

— Sirius Black é o maior fifi dessa escola, por Merlim! — Friday gargalhou.

— Me conta sobre a sua família. — James pediu, colocando o troféu que segurava de volta ao seu lugar.

— Quando estou em casa eu e minha mãe passamos o dia brincando com poções, e ela é tão ruim quanto eu, o quarto que usamos está incinerado, com tantas explosões. — ela deu risada, se divertindo com a memória — Eu suponho que seja mais para a distração dela do que a minha.

— Distração? — James perguntou confuso.
Friday o encarou seriamente, hesitando em prosseguir.

— Meu pai, — Friday lamentou, com um sorriso falho; James fitou a garota, esperando que ela contasse mais — Deve estar no hospital agora mesmo, com complicações de saúde. Minha mãe tem parado de me mandar cartas e ele não mandou nenhuma esse ano, justifica falando que não tem notícias boas e que não quer me entristecer, mas eu só queria um contato, mesmo que mínimo.

Potter pensou no que dizer por vários minutos, entre vários " sinto muito " sibilados por ele, ele esperou até Friday o olhar nos olhos para soltar algo.
Suas órbitas azuis tomaram uma coloração esverdeada é fria, quando lágrimas ameaçaram inundar o canto do seu olho.

Um olhar preocupado açoitou o do rosto de James, ele estendeu os braços, abrigando a amiga em um abraço apertado.

— Meu avô morreu no ano em que eu entrei em Hogwarts, ele morreu como um trouxa, não usou magia. Eu sinceramente não entendo como alguém pode fazer isso, ele estaria vivo, Friday! — ele demonstrou indignação, falava como a criança que ele era, de 11 anos que acabara de perder o avô. —
Ele nem me viu em uma vassoura, quando foi ele quem me presenteou com uma quando eu era pequeno.
Eu me pergunto como as coisas seriam se ele estivesse aqui — James explicou, limpando uma lágrima que caia pelo rosto da loira — Não deixe de mandar cartas, meu avô não teve salvação, mas seu pai pode ter.

— Eu sinto muito pelo seu avô, muito mesmo. — a moça de 1,70 abriu um sorriso gentil, dando um tapinha envergonhado nas costas de James.
Só fora se dar conta agora de que estava escorada nele desde o começo da conversa, como se fosse íntima dele. 

Quando ela se encolheu, voltando a limpar os troféus da estante, James deu uma gargalhada, achando suas bochechas coradas engraçadas.

Quando Filch voltou ele murmurou algo sobre as detenções não serem mais as mesmas e que Dumbledore era muito frouxo, causando apenas mais animação no adolescente de cabelos bagunçados.

Aquele foi o momento em que ficou provado que James Potter tinha um coração; e um coração muito mole, por sinal.

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