Capítulo 44 - Fraturas, amizades e uma nova vida.

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O objetivo do dia era treinar os ataques surpresas de Lenrah.

Os encontros entre ele e Serpente haviam aumentado significativamente de frequência. Desde que Loenna voltara com a informação de que o exército rival estava se organizando, o que datava de um mês e meio, os soldados do time rebelde se preparavam com ainda mais afinco para qualquer contratempo que pudessem vir a ter; Não apenas Lenrah e e Serpente, mas também Suriyon, Nassere, Loenna, Eliah e qualquer pessoa que algum dia já tivesse empunhado uma espada na vida. Sabiam que a desgraça poderia vir a qualquer momento; E, para ela, era melhor que estivessem preparados.

Serpente havia orientado Lenrah que se escondesse em qualquer lugar enquanto ela contava até dez e a tentasse atacar com um pedaço de bambu; Ela, com seus olhos e ouvidos treinados, tentaria interceptar o ataque á tempo. Era apenas um começo, o início do treinamento; Posteriormente, ela tentaria aflorar nele as habilidades de luta corpo-a-corpo e luta com adagas.

E ela levava suas aulas muito a sério; Conseguia ouvir ao longe até mesmo o sibilar do vento, mas nada de Lenrah; Procurava por ele, e o rapaz também não era encontrado. Deveria estar em um esconderijo muito bem oculto, pensou ela; Apertou seus dedos afilados contra a espada de bambu que havia feito para si e a cada mísero ruído seus sentidos se aguçavam.

Até que o som de algo se partindo veio aos seus tímpanos. Creck! O som vinha de cima, exatamente sobre sua cabeça. Serpente ergueu o olhar e lá estava Lenrah, em cima de um galho que já começava a se partir.

Lenrah. ー Constatou ela. O rapaz, entretanto, parecia um tanto quanto preocupado.

O que está aconte... Ah! ー Lenrah encarou a rachadura no galho da árvore. ー A qualquer momento eu vou...

E não teve a chance de completar a frase, porque no mesmo segundo o galho se quebrou com ele em cima; Serpente tentou escapar do desastre iminente, mas o garoto desabou diretamente em seu braço; A mestre gritou de dor juntamente ao seu pupilo.

Acho que quebrei a bacia... ー Constatou Lenrah, sôfrego.

E eu, o braço. ー Gemeu Serpente.

***

Pronto, dona Serpente. ー Disse Aya. ー Você pode sair agora.

Serpente, com o braço imobilizada pela tala e ainda um pouco zonza, balançou o braço de um lado para o outro. Seu punho ainda doía bastante, mas de resto, estava bem. Aya era uma enfermeira formidável, capaz de fazer milagres.

Acho que estou ficando velha. Eu não costumava me machucar dessa forma nos dias dourados. ー Brincou. ー Obrigada.

Não que seja da minha conta, mas eu acho que você e Lenrah deveriam tomar mais cuidado. ー Respondeu a enfermeira. ー São guerreiros importantes, e já perdemos Suriyon em um momento crucial por esse tipo de ferimento... Além disso, me preocupo com sua saúde.

Eu vou tomar cuidado. ー Serpente riu. Não parecia ofendida pelo apontamento de Aya. ー Isso foi um acidente, mas eu de fato ando me arriscando demais. Não tenho mais a flexibilidade de outrora.

É apenas um palpite. ー Disse Aya. ー Ah, não se esqueça de avisar Soraya de que você está bem.

Serpente franziu o cenho.

Avisar Soraya? ー E coçou a nuca. ー Por quê?

Ela parece preocupada com você. ー Aya lançou. ー Veio me perguntar inúmeras vezes como você estava.

Caos e Sangue | COMPLETOWhere stories live. Discover now