Capítulo 30 - Novo plano e novo recruta

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E a crise de ideias não abandonava Loenna.

Sua cabeça fervia, pegava fogo. Era a milésima vez que ela tentava bolar um plano de ataque; Já fazia mais de uma semana que não conseguia absolutamente nada. Apenas uma luz, implorava ela. O que seria ela sem as estratégias? Apenas alguém que fala bonito. Como poderia dar vida aos seus ideais inflamados de revolta e rebeldia se não conseguia imaginar como faria isso?

Talvez ela jamais devesse ter sido líder, para começo de conversa. Talvez ela devesse seguir nos seus serviços de assassina de aluguel. O dinheiro que havia acumulado já estava acabando e Loenna precisava tomar uma atitude; Não poderia voltar a trabalhar para os Eran com uma horda de seguidores que os odiavam tanto quanto odiavam os Kantaa. Entretanto, nada que se formava em sua cabeça era passível de ser aplicado. Eles eram apenas em catorze: Doze malucos que a seguiam mais ela e Fowillar. Como garantir sucesso com tão pouca gente?

A garota bufou quando viu seu quinquagésimo quarto plano ir para a lata do lixo, junto com todos os outros cinquenta e três. Ela era um completo fracasso; Burra demais para liderar tantos rebeldes sedentos por justiça.

Loenna estava prestes a surtar quando sentiu o costumeiro cheiro de cigarro. Ótimo, pensou consigo mesma. Teria que aturar Fowillar no momento menos propício do mundo.

O que você quer, diabo? Talvez ela estivesse sendo um pouco rude demais, mas como não ser? — Eu estou ocupada.

Eu vi. Diferentemente dela, Fowillar estava sereno e tranquilo. — Vim conversar um pouco com você. Faz uma semana que você está trancada nesta barraca, sem ver a luz do sol. Achei que estava passando muito tempo sozinha, precisava de companhia.

Fowillar, você é meu marido. Afirmou ela, incisivamente. — Não meu amigo.

Para o bem da sua sanidade mental, nós vamos trocar umas palavras, está bem? — Fowillar sentou-se ao lado dela e deu uma pitada em seu cigarro. — A menos que você me tire daqui à força.

Loenna revirou os olhos. A companhia de Fowillar era realmente dispensável naquele momento, mas ela efetivamente estava precisando conversar com alguém que não fosse o crânio de Serpente.

Bem, então eu espero que você me ajude aqui. Resmungou. — Precisamos de um plano para atacar os Eran ou os Kantaa sem sermos massacrados e mortos. Pense bem, porque eles são muitos e nós somos em catorze.

E entregou um lápis e uma folha de papel cheia de rabiscos a Fowillar. O rapaz levou o lápis à boca, encarou as tentativas frustradas de bolar uma estratégia de Loenna. Pareceu, então, ter tido uma ideia.

E se nós aproveitarmos que não somos muito conhecidos e não vamos chamar atenção... Fowillar começou a desenhar. — Mandarmos um homem com inflamáveis via um burro de carga, envolvendo-os em cobertores, até a cidade dos Kantaa... Em seguida mandamos mais três ou quatro pessoas para auxilia-los... Aproveitamos que os domingos são reservados para os Kantaa, e a maioria deles está em casa ou nas igrejas, que são feitas de madeira... E colocamos fogo em uma igreja com eles dentro?

Loenna ergueu as sobrancelhas.

Isso não seria um sacrilégio? Perguntou, um pouco surpresa.

Ah, tenho certeza que Deus não está em um lugar habitado por um monte de Kantaa. E deu de ombros. - Mas vamos, o que me diz?

A garota, perplexa, encarou atenciosamente as anotações de Fowillar. Tinha que admitir, seu plano era bom. O rapaz tinha uma astúcia que Loenna jamais explorara; Enquanto ela estava pensando alto, conjecturando uma batalha de exércitos, ele havia começado por baixo, se utilizando da vantagem que o pequeno grupo rebelde tinha e sugerido algo pequeno e sutil. Não um massacre de Kantaa, nem um embate frente a frente, mas sim um golpe na surdina que mataria possivelmente algumas dezenas deles.

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