Capítulo 17 - Avaliada novamente (flashback)

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A cada tremulação da carroça, o estômago de Loenna embrulhava mais um pouco; Sentia-se revivendo um pesadelo, as imagens de seu último treino estavam bem nítidas em sua mente. E se ela fracassasse novamente? E se Loenna estivesse destinada a ser para sempre uma lutadora do nível básico, mesmo com a melhor das mestres? Havia se passado um ano desde a última vez, e ela ainda assim tremia só de ouvir a palavra "teste".

Loenna? — Ah, a tranquilizadora voz de Serpente. — Está tudo bem?

Na carroça estavam apenas ela, Serpente e Euler. A mestre carregava uma garrafa de cerveja e Euler conduzia os cavalos. Loenna se permitiu suspirar fundo e agarrar a mão da professora e ídola com a canhota.

Eu fracassei na última vez. — E suas palavras soavam trêmulas. — E se eu fracassar de novo.

Bobagem. — Serpente deu uma golada em sua garrafa de cerveja. — Você está mais velha e mais experiente. Além disso, modéstia a parte, tem alguém melhor do que Gehl para te conduzir. Tem tudo para dar certo, hum?

Loenna sentiu suas mãos suarem.

Por que temos que fazer isso? — Perguntou Loenna. — Estou treinando há um ano. Não podemos simplesmente pular essa parte..?

Ah, por mim poderíamos. — Serpente deu de ombros. — Mas Euler insistiu. Diz que precisamos te avaliar por motivos burocráticos, ou sei lá. Por isso eu recusei quando me ofereceram ser líder desta organização, toda essa burocracia deve ser muito chata.

Euler levantou o polegar em um sinal de positivo e a garota mordeu o lábio inferior.

E se eu falhar de novo? E se algo der errado? E se eu morrer? E se... — Loenna tinha muitas perguntas. Tantas perguntas que só restou a Serpente rir e tomar mais um gole de cerveja.

Você está muito preocupada. — Serpente, então, ofereceu a garrafa de cerveja à aprendiz. — Tome, beba um gole. Acho que pode te ajudar.

Loenna tomou a garrafa em mãos e sentiu seu cheiro. Era cerveja, de fato.

Eu nunca tomei cerveja. — Ela admitiu.

Ah, sempre tem a primeira vez. — Serpente lançou uma piscadela. — Não existe hora ruim para cerveja.

Você não deveria embebedar suas pupilas, Serpente. — Repreendeu Euler. — Ainda mais no dia de seu teste.

Pare, só quero que ela beba um gole. — Disse Serpente. — Loenna já tem dezenove anos, não é mais uma criança.

Convencida, Loenna levou o bico da garrafa à boca e saboreou um gole de cerveja.

Mal havia experimentado e já estava convencida de que não gostava; O gosto era forte, amargo. Era um sabor forte de milho, lúpulo, qualquer coisa. Loenna sentiu vontade de vomitar; Como uma bebida poderia ser tão ruim?

É pessimo. — Concluiu ela, retornando a garrafa a Serpente. — Não gostei.

Bem, talvez você seja jovem demais para saborear uma boa cerveja. — Serpente retomou a garrafa em mãos, levando-a novamente aos seus lábios. — Mas eu já me deliciava com uma desde os quinze, então talvez isso seja um péssimo argumento.

Serpente... — Loenna notou que talvez a mestre estivesse bebendo um pouquinho demais. — Você vai se embebedar.

Serpente riu.

Precisa de muito mais do que isso para fazer Gillani Gaspez ficar bêbada. — E piscou. — Euler, como estamos?

Estamos para chegar... Só mais um pouquinho... Acho que pode ser por aqui. — Euler parou a carroça e Loenna imediatamente sentiu a temperatura de seu corpo ir abaixo de zero. — Eu vou lhe passar as instruções.

Caos e Sangue | COMPLETOМесто, где живут истории. Откройте их для себя