33 | Forsythia

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Notas Iniciais

Gente, tive um problema com o site onde faço as mídias dos capítulos, mas para ninguém confundir: esse capítulo é do JIMIN! Assim que o site voltar, posto a mídia. Boa leitura, bebês. ♡


Eu nunca, em toda a minha vida, me questionei sobre como deve ser a sensação de caminhar por um corredor da morte. Acho que poucas pessoas já pensaram sobre isso; sobre como deve ser estar cada vez mais próximo do fim, sendo que o que te leva a ele é nada menos que você mesmo, à medida que avança com lentidão, um passo atrás do outro, junto à sensação angustiante de estar fazendo uma escolha. E a escolha feita é a de sua própria vida sendo ceifada.

Acho que é assim que eu me sinto quando caminho sempre a alguns passos de distância de Wonho. Vejo Youngsoo atrás do balcão destinado aos porteiros, seus olhos pequenos e escuros acompanhando cada um dos meus movimentos, e sinto meu coração acelerar como se ele fosse um dos prisioneiros observando mais um dos infelizes que nunca mais vai voltar. Não consigo sustentar seu olhar por mais do que dois segundos, mas ainda o sinto sobre mim, uma lembrança dolorosa de que o que estou prestes a fazer vai ser impiedosamente definitivo.

No elevador, nada é dito. Mantenho-me afastado de Wonho, a distância física quase servindo de um consolo desesperançoso, e após o bipe eletrônico indicativo de que chegamos ao nosso destino, espero segundos prolongados para que, ao sair, continue afastado o suficiente daquele que deveria ser nada mais que uma referência acadêmica, mas que se tornou, em algum momento imperceptível, uma ameaça. Os bolos de saliva que engulo parecem sólidos, doendo a garganta a cada vez que preciso forçá-los para baixo, absurdamente enjoado pelo mal-estar inevitável. E o que torna minha ânsia pior, beirando o insuportável, é o tilintar de chave contra chave após Wonho pegar um molho delas e passar uma a uma com dedos que percebo, em meio ao desespero internalizado, estarem trêmulos.

É o quarto 1603; Wonho encontra a chave e a direciona para a tranca, mas em um momento breve antes de abri-la, vira para mim.

— Você está bem? — pergunta, a mão já na maçaneta.

Toda a resposta que sou capaz de dar neste momento é com a cabeça, um único movimento para cima e para baixo. Wonho não insiste; não sei se ele tem medo de, se perguntar demais, acabar me convencendo a desistir. Quero dizer a ele que já é tarde. Não vou desistir, mesmo que meu coração esteja, a cada segundo, mais apertado e aflito.

E, enfim, ele abre a porta. Não há rangidos, não há qualquer som ou aviso prévio do que estou prestes a enfrentar, nada que me prepare verdadeiramente para vê-la. Porque ela é parecida demais com ele.

Os olhos triangulares vêm de encontro a mim, surpresos demais, assustados demais. Tudo em sua reação indica que é uma garota, uma mulher, que não convive muito com outras pessoas e, certamente, não recebe muitas visitas de desconhecidos. E não consigo desviar meus olhos dela. Do rosto redondo, da pele clara em contraste com o cabelo comprido e negro feito a noite. Meu coração dispara impiedosamente, ecoando até chegar na minha cabeça, na nuca, onde o latejar começa suave, e então se torna forte e doloroso.

— Yunie — Wonho começa com cuidado, indo em frente. — Esse é o Jimin. Lembra que eu conversei com você sobre ele no outro dia?

Yunhee está atenta a mim tanto quanto estou atento a ela, mas seus olhos começam a brilhar com lágrimas quando ela começa a balançar a cabeça em negativas desesperadas.

— Não — murmura, abrindo um portal que a faz repetir infinitas vezes: — Não. Não, não, não, não, NÃO!

— Calma, ele é...

ASTER • jjk + pjmWhere stories live. Discover now