12 | Dianthus

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— Ela simplesmente não atende, não importa o quanto eu ligue — diz Yoongi, encarando o próprio celular com frustração.

Nas primeiras tentativas de ligar para Yunhee, suas mãos tremiam visivelmente mesmo que ele tentasse de tudo para transmitir tranquilidade, agora, entretanto, os esforços não precisam mais ser feitos, porque as esperanças diminuem a cada ligação perdida que é registrada e o nervosismo dá lugar à impaciência.

— Você tem certeza de que o Wonho não percebeu nada? — o hyung pergunta para mim, pelo que me parece ser a vigésima vez. — Ele pode ter avisado ela de alguma coisa.

— Eu já falei — respondo mecanicamente, exausto de repetir as mesmas palavras.

— E mesmo que ele tenha visto, o que mudaria? — Namjoon hyung aponta. — Nós tentamos ligar de diversos números diferentes, inclusive de um telefone público, mas ela não atende nunca. Ela não rejeitaria tantas ligações desconhecidas só por conta da mera possibilidade de ser um de nós, a não ser que alguma coisa muito estranha esteja acontecendo.

— Bom? Não é ainda mais estranho pensar que ela está se recusando a atender o celular  mesmo sem estar desconfiada de que pode ser a gente? — o outro retruca, coçando a cabeça. — Que outro motivo ela teria pra se esconder desse jeito?

— A não ser que esse número não seja o dela — digo a opção mais óbvia. — Eu já falei que o contato não estava salvo com o nome completo da pessoa, então poderia ser qualquer outro nome com "Yun", além de Yunhee.

— Quais foram as palavras exatas do Wonho quando você escutou a conversa dele no banheiro, Jungkook? — Yoongi me pergunta, recusando-se a desistir.

Eu sei que ele está assim porque parece decepcionante demais pensar que nós chegamos tão perto de alguma pista importante, para, no fim, não ter passado de um mal-entendido. Por isso, tento não me irritar com suas perguntas repetidas, da mesma forma que Namjoon está tentando ser ainda mais compreensivo que seu usual.

— Eu não vou lembrar de cada palavra, mas ele estava tentando convencê-la de ir até o bar. Ele disse algo como "você se divertiu naquele dia", mas, logo depois, parou de insistir. Realmente parecia que estava tentando tranquiliza-la, dizendo que podia confiar nele e tudo o mais.

— Não é possível que essa merda seja só uma coincidência — diz Yoongi, balançando a cabeça. — Ele diz "você se divertiu naquele dia" e, alguns dias antes, o Kyungjae havia me mandado uma mensagem falando que viu a Yunhee no bar.

— Não seria uma coincidência ainda maior, caso realmente seja ela? — eu devolvo. — Quer dizer, quais são as chances de ela estar envolvida justamente com o veterano do Jimin?

— Vocês podem parar de ficar pensando no pior?

— Nós não estamos pensando no pior, hyung — Namjoon suspira. — Só não queremos que você fique tão esperançoso assim, porque as chances são mínimas...

— Se vocês querem ficar pensando nisso, tudo bem. Eu vou continuar ligando pra ela até eu ter certeza de que não é a Yunhee.

Eu e Namjoon desistimos de falar qualquer outra coisa ao hyung, porque, apesar de nós realmente não estarmos tão otimistas assim com relação ao número que conseguimos, sabemos que deve ser difícil para Yoongi lidar com toda a situação. Sendo assim, ficamos ao lado dele e continuamos com nossas tentativas falhas de ligar para a suposta Yunhee até ser tarde o suficiente para não fazer mais sentido continuar. Ao menos por hoje.

— Se nós vamos levar isso a sério, então é melhor que a gente pare de ficar andando em círculos. Ela não vai atender, ainda mais se nós ficarmos insistindo desse jeito. A gente tem que pensar em algum outro jeito de chamar a atenção dela ou de quem quer que seja o dono desse número.

ASTER • jjk + pjmWo Geschichten leben. Entdecke jetzt