16 | Cyclamen

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Eu coloco minha mão na coxa de Jimin, porque penso que isso, de alguma forma, vai me deixar mais tranquilo. Ele parece calmo demais ao meu lado, o que me faz parecer ainda mais patético pelo tanto que estou inquieto. Talvez a tranquilidade dele seja porque estamos, de fato, apenas indo para casa, fazendo de mim um completo idiota por interpretar tudo errado, mas a forma como ele olhou para mim, muito sério, e disse para voltarmos... Não deve ter sido apenas coisa da minha cabeça, né? Ele realmente estava se referindo àquilo, não estava? Se sim, então como pode estar parecendo tão calmo agora, enquanto eu continuo tremendo minha perna direita sem parar, com meus batimentos cardíacos tentando atravessar uns aos outros de tanto nervosismo?

Tento não pensar muito no assunto, porque sei que se fizer isso, vou acabar desistindo de qualquer coisa que estejamos prestes a fazer; eu estive fugindo disso com determinação nos últimos dias, afinal de contas. Ainda parece difícil demais pensar em ter algo mais íntimo com Jimin, porque eu sei que, a partir do momento em que nós pularmos para esse nível de relacionamento, as coisas vão estar fora do meu controle.

Ou pior, elas já começaram a ficar fora de controle desde o momento em que eu mandei aquelas mensagens no final da tarde, depois de ficar vinte minutos andando de um lado para o outro na frente da UNS. Eu apenas saí para dar uma caminhada durante a tarde e quando me dei conta, estava indo para a faculdade de Jimin. Não, eu não menti quando disse que quis encontrá-lo por conta de sua chateação evidente pela nossa falta de contato fora de seu quarto. Acontece que esse não foi meu único motivo, porque, afinal, eu queria vê-lo de novo o mais rápido possível.

É um saco que suas aulas terminem tão tarde e eu tenha que ficar esperando até seus pais pararem de encher o saco para podermos ficar juntos. Eu até mesmo comecei a ceder em alguns momentos, indo jantar com eles eventualmente só para poder ver o rostinho de Jimin, tentando não mostrar para os outros adultos que estava feliz com minha presença ali.

Meu objetivo nunca foi que chegássemos a esse ponto, juro que não, mas aqui estou eu, dentro de seu carro, indo para casa e tentando não focar no calor que sobe pelas pontas dos meus dedos em contato com sua coxa coberta pelos jeans justos. Ele sempre usa essas malditas calças apertadas, deixando sempre em evidência as pernas grossas e a bunda farta, e o desejo que eu nunca pensei que pudesse sentir por alguém, sempre acaba vindo à tona.

Estou encarando a paisagem escura através do vidro do carro quando meus dedos são apertados por algo gelado. Olho para o lado e vejo a mãozinha de Jimin segurando meus dedos, sem me afastar de sua perna. Ele não olha para mim em momento algum e é a partir disso que eu percebo que, afinal de contas, ele está, sim, nervoso. Eu não estava louco e não tinha imaginado um significado a mais em sua frase. Ele realmente estava pensando o mesmo que eu.

Respiro fundo, virando o rosto para o outro lado.

Eu sei bem que Jimin me deseja, porque seu corpo sempre reage com bastante força aos meus toques, mas, mesmo assim, notar sua ansiedade me faz estremecer.

Queria não ficar tão feliz com isso, mas, que droga, ele realmente me quer tanto quanto eu o quero.

Ele me quer. Ele realmente me quer.

Mordo os lábios, tentando segurar o impulso de sorrir feito um idiota.

Tentando ignorar o pontinho de medo que começa a cutucar meu coração.

Agora não.

Por favor, agora não.

Fecho os olhos.

— Você está bem? — a voz de Jimin faz meu corpo saltar com o susto.

— Estou bem — respondo, respirando fundo. — Estava concentrado demais, eu acho.

ASTER • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora