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— Não estou perdida, eu moro aqui.
— Mas a corrida já vai começar, e não pode ficar aqui.
— Eu tenho um crachá, é claro que posso.
George olhou de Latifi para a mulher. Os funcionários da Williams já havia tentando afasta-la dos carros, porém outras equipes pensaram o mesmo, sem ter muito sucesso com a húngara.
— Ai meu Deus! Anita! – Barbara gritou correndo até a irmã, segurou sua mão – Ficou louca?
— Qual o problema?
— Você deve ficar na área VIP, não aqui. – apontou para o espaço acima da pit lane.
— Mas eu queria passear.
— Passeasse na Ferrari.
— Já fiz isso.
Barbara suspirou pesadamente.
— Você me deixou a própria sorte quando chegamos, tive que procurar o que fazer. Já fui a todas as garagens, também conversei com o Max! – dissera irritada com a atitude da irmã mais nova.
Latifi interessou-se na conversa.
— Era para ter ficado com Charlotte.
— E eu fiquei, até ganhei um presente. – mostrou o anel – Ela é muito legal.
— O que disse para Max?
— Nada. – riu.
— Fala logo, ainda podemos arrumar essa bagunça.
— Nada! Eu não disse nada.
— Chegou lá e ficou em silêncio? Duvido!
Anita deixou os ombros caírem.
— Posso ter dado a ele uma carta de ódio, mas são só suposições!
— Ele leu? – Barbara perguntou histérica.
— Nunca saberemos.
A mais nova puxou a irmã para longe dos carros da Williams.
Ter deixado Anita longe durante os treinos fora um grande erro, mas imaginou que fosse se comportar na Ferrari. Deveria ter imaginado quando soube que reclamou diversas vezes quando Carlos bateu. As duas ficariam juntas até o fim na Mercedes. Não se importava em como sua equipe reagiria quando visse a irmã coberta por roupas vermelhas e boné autografado por Sebastian Vettel.
— Ei!
Virou-se na direção do macacão azul e laranja. Era Daniel.
Eles não haviam se falado muito depois do acidente, nem por mensagens. Haviam construído um muro completamente desconhecido. Depois de ouvir da irmã o que todos pensavam sobre ela, imaginava que ele também fosse uma dessas pessoas. Barbara comemorou com Hamilton por sua vitória, enquanto o amigo de Daniel sofria no hospital. Não se sentia culpada, mas a maioria queria que ela se sentisse.
