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Ela tinha medo da solidão, essa foi uma das razões de ter aceitado aquele primeiro encontro. Barbara fingiu não se importar com as horas de espera, pois acreditava em um motivo lógico para tudo, e com certeza, ele encontraria maneiras de não cometer o mesmo erro. Havia acabo de sair de um pequeno tormento amoroso, meses completamente silencioso e muita desconfiança.

Quando o viu pela primeira vez, seu coração encontrava-se quebrado. Foi muito fácil manipular cada um dos seus sentimentos para nadar de acordo com a maré. Um dia ela estava feliz em Budapeste, no outro acreditava que seu futuro era longe do seu país.

Jamais ousaria dizer alto o suficiente para todos ouvirem, porém não acreditava nas próprias escolhas. Uma parte de si sabia que algo ruim aconteceria em pouco tempo caso não se afastasse. Foi uma das razões para que reencontrasse Lewis. Ele ainda era o mesmo de meses atrás, não parecia perdido como ela. Barbara queria ter encontrado alguma pista que talvez ele sentisse falta daqueles tempos.

Dessa forma, decidiu seguir em frente.

No primeiro momento, não pareceu ruim dar tudo de si em um relacionamento, pois cometeu alguns erros no anterior, levando-a acreditar que seu futuro seria solitário. Abriu seu coração, sem ter medo.

As mudanças aconteceram devagar, quase imperceptível.

Lewis lhe deu as costas sem dizer nenhuma palavra, e entendeu aquilo como um término definitivo. Meses depois suas amigas passaram a tentar fazê-la acreditar que havia cometido um erro, e Barbara odiava aquelas conversas. Viu-se frequentando lugares que normalmente não visitaria, por não fazer parte do seu ciclo social. Afastou-se de alguns trabalhos, porque seria melhor dessa forma. Os rostos mudaram, as conversas passaram a girar ao redor do seu novo namorado.

Ele tinha sonhos, e ela poderia realizar todos. Dinheiro não era problema para Barbara, começou a trabalhar cedo, raramente gastava com futilidades, e seus pais lhe ensinaram a investir. Ficava feliz quando conseguia impressionar o namorado, tendo uma visão ampla de um futuro juntos promissor.

Demorou um ano para perceber que odiava o Brooklyn. Quando chovia tinha vontade de vomitar por causa do cheiro forte, água suja pelas ruas, pessoas mal-educadas, e muitos ratos circulando por toda cidade. Não aguentava mais as mesmas conversas idiotas dos amigos de seu namorado, menos ainda os eventos entediantes. Ás vezes se pegava relembrando de passeios por Veneza, champanhe gelado deslizando por sua garganta, risadas altas, banho de piscina à noite e liberdade.

Não aparecia sozinha em sessões de fotos, e era obrigada a ouvir sugestões que a deixavam desconfortável na frente da câmera. As roupas não eram boas o suficiente, pois apareciam muito de sua pele. Perdia tempo na academia, deixava de comer, media a própria cintura na frente do espelho, depois chorava por não se sentir bonita. Exausta dos próprios traumas, passou a tesoura nos longos cabelos castanhos que um dia amou.

Finish Line ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora