- Capítulo 09 -

38K 2.8K 195
                                    

- JOANA FLORES -

Enchi os pulmões de ar, e resolvi ir até aquele endereço. Seja lá o que estivesse à minha espera, eu precisava enfrentar para proteger a minha filha.

Assim que minhas amigas chegaram em casa, pedi que elas ficassem com Isabel para que eu enfrentasse meus temores. Não contei a elas o que estava acontecendo e tentei agir naturalmente para não demonstrar o quanto eu estava abalada e com um problema dos grandes.

Desci as escadas de madeira sentindo minhas pernas fracas e entrei no primeiro táxi que vi passar pela rua, e pedi que o motorista me deixasse no endereço do cartão de visitas.

Alguns minutos depois fui deixada em uma rua muito bem asfaltada. O local era completamente desconhecido e ficava um pouco escondido da avenida principal.

Logo me vi diante de um imenso portão de madeira, perfeitamente polido e envernizado. Havia um interfone, e antes que pudesse apertar a tecla verde, alguém perguntou meu nome, e só então olhei para cima e percebi que havia uma câmera de segurança bem acima da minha cabeça. O que me atemorizou mais ainda Que tipo de coisa aquele homem fazia para andar assim tão cheio de segurança?

— Eu preciso falar com Gael — tentei manter a voz firme para não demonstrar o quanto eu literalmente tremia e temia.

Antes de uma resposta, os portões se abriram. Fiquei completamente impressionada, pois era uma mansão, estilo colonial espanhola.

Logo na entrada havia uma gigantesca piscina, toda ornamentada com pedras azuis, e mais adiante havia degraus e colunas de mármore, embora algumas partes da mansão fossem feitas de madeira e alvenaria.

Caminhei naquele lugar tão chique, abraçando meus braços, com receios do que pudesse me acontecer.

Antes que pudesse tocar a campainha da entrada da casa, uma mulher de cabelos longos ruivos e olhos puxados castanhos claros com sardas no rosto se apresentou, não tinha a feição mais agradável, mas só de saber que havia uma mulher ali na casa, senti um pouco mais de alivio.

— Siga-me — disse ao me dar as costas. — O senhor Gael, pediu que eu te levasse até ele.

Assim que entrei naquela casa, pude perceber que o chão era feito de madeira, havia um sofá grande de couro marrom, em um canto e no outro uma lareira e logo acima um telão, modelo smart.

Caminhamos mais um pouco, passamos por mais uma sala, mas aquela era mais reservada, havia um conjunto de chaise com algumas almofadas listradas, logo ao lado um piano. Continuamos caminhando até começar a subir as escadas, que diferente do apartamento em que eu morava, era feita com uma madeira que certamente deve ter vindo da Suíça ou algum país de primeiro mundo.

Entramos em um corredor onde havia várias portas, eu poderia me perder facilmente naquele lugar. O salto da mulher batia no chão como um ponteiro de um relógio indicando que a cada minuto eu estava mais próxima de enfrentar meu pesadelo.

Chegamos perto de uma porta preta, onde a maçaneta brilhava como ouro, aquele infeliz gostava de ostentar. Mas logo me vi de frente com um daqueles brutamontes que foi até a minha casa mais cedo. Ali fui revistada com um escâner, e depois de se certificar de que eu não estava armada ou coisa do tipo, ele abriu a porta, que pensei ser uma sala voltada ao ramo sexual. Mas me enganei, era um escritório. Isso porque assim que entrei, observei a mesa mogno preta acompanhada de uma cadeira de couro com pequenos furinhos pretos, e um sofá embaixo de uma janela grande que dava para um pátio.

A princípio, me vi sozinha no lugar e suspirei aliviada por não ter tido um primeiro contato com aquele homem, mas depois de alguns minutos, vi silhuetas saindo de trás de um mini bar com prateleiras preenchidas de bebidas.

A Garota perfeitaWhere stories live. Discover now