- Capítulo 11 -

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- JOANA FLORES -

Voltei para casa com a cabeça fervilhando.

No contrato não havia nada além de benefícios para mim, e para a minha filha. O que me levava a não entender o que estava acontecendo. Uma atitude daquela vindo de um homem arrogante como Gael, me soava como armadilha. A sensação era de estar pisando em um campo minado, a qualquer momento algo poderia explodir e bem no meio da minha cara. E só de pensar em colocar minha filha em perigo, meu coração acelerava e meu peito enchia-se de desespero.

Mas o que eu poderia fazer? Eu estava nas mãos dele. Era isso ou ir parar na cadeia.

— Filha, nós vamos tirar umas férias — disse à minha menina que estava penteando os cabelos de sua boneca em cima da cama.

— Para onde vamos, mamãe?

— Para um lugar muito bonito — tentei disfarçar o medo enquanto separava do meu armário apenas as coisas mais necessárias como documentos e algumas fotos de recordação.

— Posso levar a srta. Pompom? — Perguntou com um sorriso inocente.

— Mas é claro, também pegue as coisas que você mais gosta, amanhã bem cedo vamos partir.

Minha filha correu para pegar alguns ursos de pelúcia e algumas de suas tiaras favoritas no armário.

Àquela hora, Margaret já tinha saído para trabalhar. E, não bastando aquele dia caótico, fui surpreendida com a ligação da minha amiga que ficou sabendo a respeito do que aconteceu no Pub e... como imaginei, ela ficou furiosa por eu ter rejeitado aquele cheque.

Ela não fazia ideia do preço que eu estava pagando por ter feito aquilo. Tentei explicar, mas ela ficou inconformada e desligou na minha cara.

Caminhei até a sala e encontrei Maria deitada no sofá fumando e assistindo novela.

— Maria? — disse ao me sentar na poltrona.

— Fala!

— Eu vou embora com a minha filha — fui breve.

— Como assim, mulher? Para onde você vai? — Ela se sentou no sofá e me encarou com seus olhos cansados.

— Eu recebi uma ligação de uma tia que mora distante. — Menti. Eu poderia contar para Maria o que estava acontecendo já que ela era uma mulher de confiança, mas também tive medo de colocá-la em uma situação perigosa. Por isso, decidi enfrentar meus problemas sozinha. — Ela me convidou para ir morar com ela, e acho que é uma boa oportunidade, visto que o clima com Margaret fica cada vez mais tenso aqui.

— Ah! — Maria suspirou. — Margaret está cada vez mais insuportável com essa ideia de ser rica e tudo mais, vive se metendo com essa gente rica que no final só se aproveita dela. Aproveita a oportunidade para tirar a pequena desse muquifo — respondeu ao tragar o cigarro que estava entre seus dedos e jogar a fumaça para o ar.

Tossi abanando a fumaça com as mãos, aquele ambiente era realmente muito hostil para criar uma criança. Eu tinha medo de que com os maus exemplos, de Margaret e Maria, minha filha crescesse com maus hábitos. E naquele momento a proposta de Gael parecia ser a melhor opção. Se é que de fato ele fosse cumprir o que estava escrito no contrato.

— Quando vamos nos ver novamente? — Perguntou Maria.

— Eu não sei! — respondi olhando para o nada, sem saber do que seria de mim.

Depois de conversar com Maria, voltei para o quarto e preparei uma pequena bolsa com as coisas que julguei ser necessárias, depois de colocar minha filha para dormir, tentei imaginar como seria a minha vida vivendo na casa de um homem no qual eu mal conhecia, e se aquela era ou não uma má ideia.

***

Acordei às sete da manhã com o som de buzina vindo do lado de fora do apartamento, me levantei da cama e corri para a janela do quarto e lá estava um Mustang preto, com um motorista ao lado, e só então me dei conta de que estava na hora de partir.

Rapidamente me vesti e penteei os cabelos, acordei a minha filha, e disse que já era hora de irmos, ela ficou animada, colocou seu vestido favorito, e pegou a srta. Pompom — uma boneca de pano que a dei como presente em seu último aniversário.

Àquela hora Maria já não estava em casa, e Margaret não havia chegado certamente por ter passado a noite esquentando a cama de algum homem rico.

Deixei um bilhete em cima da mesa da cozinha, me desculpando e agradecendo por tudo, afinal, eu não sabia quando nos veríamos novamente.
E me preparei para mais um novo capítulo da minha história.

E me preparei para mais um novo capítulo da minha história

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