- Capítulo 71 -

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- JOANA FLORES -

Se ser forte era ser orgulhosa suficiente para ignorar o homem a quem eu amava, porém magoou meu coração, então... eu era fraca!

Tentei, mas não consegui.

Eu não aguentava mais aquela angústia sufocante que quase me impedia de respirar. Antes de partir eu precisava conversar com Gael e acertar as coisas entre nós, e foi motivada por esse desejo que deixei o bar e caminhei em direção aos fundos da casa, local onde vi Gael pela última vez. Passei longos segundos o procurando, e acabei me surpreendendo quando o encontrei. Ele estava sentado no banco do jardim que reformamos.

Senti uma enorme vontade de abraçá-lo quando o vi sentado no banco de cabeça baixa, olhando para as palmas das mãos, visivelmente desanimado.

Me aproximei em silêncio e me sentei ao seu lado.

— Joana? — Ouvi ele dizer meu nome como um sorriso bonito em sua face.

— Oi, Gael... — Falei em tom baixo.

Encolhi as minhas mãos no meu colo e respirei fundo reunindo a coragem para o encarar.

— Precisamos conversar, não é? — falei.

Ele assentiu com a cabeça.

— Me deixa falar primeiro — seu tom sofrido me fez ceder a toda e qualquer resistência em ouvir suas explicações.

— Tudo bem — encarei o nada sentindo as lágrimas juntando-se no meu olhar.

— Eu sinto muito, Joana, nunca foi a minha intenção magoar você. — Limpei com o dorso da mão a primeira lágrima que escorreu. — Eu queria tanto tê-la por perto que não pensei nas consequências. Eu deveria ter contado para você sobre o meu casamento com Jasmine, sobre o que fiz com seu nome, mas todas às vezes em que essa possibilidade passava pela minha cabeça eu me sentia inseguro. Eu tinha medo de sua reação então retardei de você aquelas informações — explicou em tom sofrido.

Engoli o choro, eu precisava ser forte. Aquele assunto ainda me magoava muito.

— E, você já limpou meu nome? — Perguntei com a voz instável. Eu estava quase desabando.

— Sim. Também já me divorciei de Jasmine.

— Ótimo! — Me levantei do banco. Eu não queria chorar na frente dele. — Eu já estou indo.

E quando dei um passo, senti as mãos de Gael, me pegar pela cintura e girar meu corpo em sua direção.

— Joana, espere — ele se levantou do banco e me puxou para perto, fazendo nossos corpos se chocarem. Senti o calor de seu corpo grande, era tão familiar e confortante. — Eu quero que você saiba que eu te amo, e estou muito arrependido por tudo. Desde a chantagem para mantê-la aqui comigo, até as verdades que omiti de você.

À medida em que suas palavras eram ditas, meu corpo ia cedendo ao seu toque gentil, seu calor, sua necessidade e urgência em me ter. Eu precisava dele, era fato, não havia mais como negar.

— Por que não foi me procurar? — Questionei.

Ele enrugou as sobrancelhas e tocou no meu queixo.

— Você exigiu o distanciamento, lembra?

Limpei mais uma lágrima.

— Deixa de ser burro! Quando uma mulher diz para você não a procurar é porque ela quer ser procurada! — esbravejei.

Ele sorriu triste e colou as nossas testas enquanto suas mãos afagavam meu rosto.

— Sinto muito, Joana.

Ele me abraçou e ficamos em silêncio por um tempo. Logo depois ele começou a falar novamente.

— Margaret me contou que você quer ir embora, mas eu te peço, fique comigo? Não vá.

Limpei mais uma lágrima e não resisti. Apoiei a cabeça sobre a curva de seus ombros e assim permaneci pensando em que resposta dar.

Eu estava cedendo.

Mas a resolução daquele problema veio logo quando vi uma linda mulher loira de olhos azuis se aproximar segurando duas taças de drink.

— Amorzinho, peguei um drink de abacaxi para você e um de maçã para mim.

Rapidamente tirei a cabeça do ombro de Gael e o encarei sem acreditar no que estava acontecendo.

Aquele canalha.

Aquele infeliz!

Miserável!

Ele já estava com outra!

— Então era isso que estava fazendo aqui? — o empurrei.

— Não. Não é nada disso que você está pensando — ele tentou falar, mas a confiança já estava quebrada para que eu pudesse dar crédito a suas explicações.

Eu estava farta!

Dei as costas já não resistindo as lágrimas e a dor do ciúme me consumindo aos poucos.

Eu o amava tanto! Por que era tão complicado?

Caminhei com pressa até o salão que àquela hora parecia mais cheio do que quando cheguei, e comecei a procurar por Isabel, eu precisava ir embora daquele lugar e nunca mais olhar para o homem que insistia em ferir meus sentimentos.

Limpando as lágrimas sentindo meu estômago enjoar, procurei por Isabel por toda parte. A encontrei brincando junto de outras crianças perto da mesa do buffet. Peguei sua mão e caminhei em direção a saída, e foi aí que ouvi o som do microfone dizer meu nome e a voz, era conhecida...

 Peguei sua mão e caminhei em direção a saída, e foi aí que ouvi o som do microfone dizer meu nome e a voz, era conhecida

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