- Capítulo 39 -

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- JOANA FLORES -

— O quê? Eu ainda não consigo acreditar que vocês já foram pobres!

— Sim. — Júlio se serviu de mais uma porção de torta de frango e confirmou com a cabeça.

Olhei para Gael.

— Nosso pai montou uma empresa de publicidade, ele era publicitário. Passaram-se alguns anos, mas ele conseguiu fazer muito dinheiro. Infelizmente a empresa faliu, mas depois que ele morreu descobrimos que nosso velho nos deixou uma boa quantia em conta — Gael explicou.

— É, e meu irmãozinho aqui investiu em uma empresa de tecnologia que bombou aumentando a nossa fortuna — Júlio deu um tapinha carinhoso no ombro de Gael.

— E a mãe de vocês? — perguntei.

— Ela morreu quando nascemos — Gael explicou em tom melancólico.

— Sinto muito — eu disse.

Gael e eu passamos tanto tempo brigando que nem mesmo tivemos tempo de conversar esse tipo de coisa. Tudo o que sabíamos um do outro eram através de conversas aleatórias que trocávamos vez ou outra.

Voltei a dar atenção ao meu alimento, deixando meus pensamentos voarem.

Será possível, Gael e Júlio são gêmeos idêntico, são muito parecidos na aparência, contudo Gael tem o corpo mais franzino... — Levantei os olhos e avaliei o corpo de Gael que estava sentado à minha frente. — Talvez atlético, já Júlio é forte... digamos que ele tenha um corpo parecido com um fisiculturista, deliciosamente grande. A única diferença dessas duas delícias, está no corte de cabelo, Gael usa estilo militar e Júlio parece ser mais descolado deixando uma mechinha do seu cabelo cair por cima dos olhos. Deliciosos! Não sei se vou aguentar conviver com esses dois sem ter um cataclismo de hormônios no meu corpo... — Ri mentalmente. — Aí! Acho que o vinho que Gael escolheu para o almoço é muito forte, estou pensando bobagens feito uma bêbada.

E, inesperadamente senti as mãos da minha filha me sacodi e me tirar dos meus pensamentos quentes.

— Mamãe, já terminei meu almoço, posso ir para sala ver desenho? — Isabel pediu escorregando da cadeira.

— Eu também quéo ir... — Sophia entrou no assunto.

Júlio e eu nos entreolhamos.

Olhei para o prato das duas e elas haviam comido quase tudo.

— Tudo bem... Podem ir, eu vou pedir a Luz que leve a sobremesa para vocês duas lá na sala — falei.

— Ebaaaa...

As duas amiguinhas deram as mãos e sumiram pelo corredor indo em direção a sala.

— Nossa essa comida está deliciosa — Júlio comentou.

— Está mesmo, eu amo a comida da Luz, ela...

E sem mais nem menos, Gael colocou dois convites em cima da mesa e falou, mudando o sentido daquela conversa.

— Joana? Quer ir comigo a um evento amanhã?

Mastiguei devagar, surpresa com um convite tão inesperado.

Júlio bateu com a palma da mão aberta no rosto como se quisesse dizer ao irmão que ele era péssimo com as mulheres. E de fato, ele era.

Engoli o alimento a seco e encarei os olhos de Gael.

— Não sei, eu...

— Por favor, Joana, eu preciso muito conversar uma coisa importante com você.

Conversar?

Coisa importante?

O que será?

Será que ele deixou de ser um sádico e vai me deixar partir?

Limpei os lábios com o guardanapo e o encarei.

— E o que é de tão importante que não podemos conversar aqui?

Júlio levou a taça de vinho à boca e olhava fixamente em nossa direção, como se estivesse torcendo por algo.

— É um assunto de sua competência, garanto.

Suspirei vencida, não adiantava negar, Gael nunca aceitaria um não como resposta.

— Tudo bem, eu aceito!

— Tudo bem, eu aceito!

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