- Capítulo 28 -

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-JOANA FLORES-

Percebi que Gael não compareceu no jantar, mesmo intrigada com seu sumiço repentino, pois ele nunca faltava o jantar, não questionei. Jantei na companhia da minha filha, o que foi bem divertido e confortável, visto que Gael não estava por perto nos observando.

Após o jantar, levei Isabel para escovar os dentes, colocar o pijama e a coloquei na cama, e como de costume li uma de suas muitas histórias favoritas, a bela adormecida. Finalmente seu reservatório de energia esgotou e ela dormiu feito um anjinho. Dei um beijinho no meio de sua testa pálida, me levantei devagar da cama e apaguei a luz do abajur. Era sempre bom saber que minha filha estava bem e segura.

Não posso mentir, viver naquela casa com tantos cuidados estava sendo ótimo, pois minha filha podia comer de tudo, usar boas roupas e ainda estava recebendo uma ótima educação patrocinada por Gael.

Eu deveria ser grata a ele.

Quando eu estava saindo do quarto da minha filha, vi Luz passar pelo corredor com uma enorme bandeja, indo em direção ao quarto de Gael. Não sei se por não consegui conter a minha curiosidade ou por preocupação com aquele cretino, resolvi saber o que estava havendo.

— Luz? — Sussurrei, mas ela não me ouviu. Só então fui me dar conta de que Luz já era velha e não escutava tão bem. — Luz? — Falei dois tons mais alto.

Finalmente ela parou e olhou para trás.

— Precisa de alguma coisa, Filha?

Me aproximei.

— Não, eu só... só... queria saber o que houve com Gael, ele sumiu e não compareceu para o jantar.

Luz me avaliou por um tempo.

— Há, sim. Isso é o jantar do Senhor Gael, ele está reclamando de dores na coluna, por isso não quis sair do quarto.

E eu achando que era drama.

— Então ele está mesmo com dor na coluna?

— Ele sente essas dores desde o acidente.

— Acidente? — Arregalei meus olhos.

— Sim, ele sofreu um sério acidente a um tempo atrás e ficou muito mal, quase perdeu os movimentos das pernas... eu ainda avisei para ele não pegar tanto peso hoje.

Me senti péssima por ter o obrigado ele a trabalhar tão pesado no jardim. Mas porque ele não me contou sobre esse tal acidente?

Eu precisava fazer alguma coisa para aliviar minha consciência.

— Luz, a senhora parece cansada. Me dê isso, eu levo para ele, vá descansar.

Ela levantou apenas uma sobrancelha.

— Tem certeza disso? Vocês brigam tanto.

Sorri sem graça.

— Como cão e gato. Mas a gente se entende.

Ela suspirou vencida.

— Tudo bem, mas não se esqueça, ele não gosta que ninguém entre e fique naquele quarto por muito tempo, entendido?

— Sim. Claro.

Luz me entregou a bandeja, me deu as costas e desceu as escadas.

Caminhei em direção a porta respirando fundo e com minhas pernas bambas. Levantei meu punho me revestindo de coragem e bati na porta.

Aquela era a hora da verdade, hora de conhecer o quarto do meu opressor.

Será que as paredes eram forradas de preto? Será que ele tinha uma sala secreta com todo tipo de equipamento para seus fetiches sexuais, será que...

— Joana?

Aporta abriu, e lá estava a cena que me passava o mais puro terror.   

   

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A Garota perfeitaWhere stories live. Discover now