- Capítulo 73 -

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-JOANA FLORES -

Cheiro de hospital, bipes da máquina de frequência cardíaca e a reconfortante carícia de alguém no meu cabelo, era tudo o que eu conseguia captar quando finalmente venci o peso das pálpebras e abrir os olhos o bastante para perceber que não estava em um local familiarizado.

Me lembrei da festa, do meu coração se desestabilizando no peito quando Gael fez aquele discurso em público no meio de todos, a terrível náusea e a forma como perdi meus sentidos. Tudo veio à minha mente como flashes de lembrança.

Perdi a noção do tempo, eu não sabia onde estava, nem que horas eram e quanto tempo fiquei desacordada.

— Ga-Gael?

Tudo o que consegui ver eram vultos.

— Oi, sou eu o Gael, que bom que você acordou. — Ouvi sua voz serena.

Pisquei mais uma vez e a imagem à minha frente começou a desembaçar. Tentei mover o braço, mas ele estava com uma intravenosa, havia um tubo de soro pendurado ao meu lado.

— Gael? Onde estou?

— No hospital, você teve um desmaio. Margaret e eu trouxemos você. Você nos assustou.

— Onde está ela? Isabel? — Senti o desespero me tomar quando pensei em como estava minha filha; com quem estava; onde estava.

Tentei me levantar, mas ele me impediu, lançando seus dois braços à minha volta enquanto com seu corpo ele delicadamente me pressionava contra a cama, para me impedir de levantar.

— Não! Não pode se levantar até receber alta médica. Isabel está com Maria no seu apartamento. Margaret queria ficar aqui com você, mas eu disse para ela voltar para a festa.

— O que eu tenho, por que estou aqui? — desisti de tentar me levantar e cedi ao travesseiro novamente.

Gael acariciou meu cabelo e me deu um beijo demorado na testa. Seus olhos estavam brilhantes e felizes.

— Eu estou bem? — Uma lágrima escorreu no cantinho do meu olho, a sensação de mal-estar e a vertigem novamente me atingiram. — Gael, fala alguma coisa. Eu estou doente? — Insisti.

— Não, Joana — finalmente Gael falou tirando os lábios da minha testa. — É que... — Demorou alguns segundos, até que ele me deu a notícia capaz de fazer com que o bip da máquina de ressonância cardíaca aumentasse a frequência. — Você está grávida, vai ser mamãe novamente.

O quê? Grávida de novo?

Com todos os acontecimentos eu me esqueci de levar em consideração as tonturas, os enjoos, meu ciclo que estava atrasado e meu súbito ganho de peso.

Mesmo sendo pega de surpresa, comecei a sentir o amor pela vida que estava crescendo dentro de mim. Isabel ficaria tão feliz.

Avaliei seus pares de íris azuis sem acreditar no que estava ouvindo.

Será que era mesmo verdade?

— O médico me trouxe os exames poucos minutos antes de você acordar. Você está grávida de quatros semanas. E eu sou o homem mais feliz do mundo — Gael abriu um largo sorriso, e voltou a me beijar na testa.

O calor das lágrimas começou a esquentar meu rosto. Eu estava emocionada, aflita, preocupada e quando lembrei de ver Gael com aquela linda mulher loira no jardim, meu coração apertou ainda mais forte.

— O que foi, não gostou da notícia? — As sobrancelhas grossas se contraíram.

— Não, eu... eu amei, eu... vou ser mamãe de novo? — Finalmente consegui expor meus sentimentos com um sorriso fraco.

— Sim, e eu vou ser papai! — Ele sorriu e me deu um beijo leve nos lábios.

— Sim, e eu vou ser papai! — Ele sorriu e me deu um beijo leve nos lábios

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