- Capítulo 36 -

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- JOANA FLORES -

Não sei onde eu estava com a cabeça para consentir com a ideia de Gael assumir a paternidade da minha filha. Agora eles só viviam juntos. Ciúmes? Eu? Claro que...Talvez!

Acontece que na vida sempre fomos nós duas, e eu ainda não estava acostumada com as mudanças que nossas vidas vinha sofrendo depois que joguei Whisky na cara de Gael. Mas... olhando para um outro lado da história... devo confessar que meu coração ficava sempre quentinho, toda vez que eu os via brincar juntos, até mesmo quando ela o obrigava a se sentar e tomar chá em sua cozinha de brinquedos e fazia o "pai", conversar com a srta. Pompom, e Gael ficava lá todo bobo fazendo todas as vontades da menina. Isso quando a espertinha não pegava minhas maquiagens e testava tudo na cara de Gael, o que sempre me arrancava bons risos.

Era uma linda manhã de Sábado, estávamos todos em casa. O céu estava numa tonalidade de azul turquesa e o sol vinha subindo o horizonte com toda força. Embora o tempo estivesse quente, soprava uma brisa suave pelas janelas, movimentando as grandes cortinas. O clima estava agradável e tranquilo.

Olhei pela janela do quarto da minha filha, com algumas de suas peças de roupas em mãos, e observei os dois brincarem no gramado do jardim recém-reformado. Tentei me concentrar na minha atividade, mas era impossível não me sentir vibrante e sorrir com a ideia de que naquele momento minha filha tinha um... "pai".

Nunca pensei que a situação fosse sair tanto do meu controle, afinal... eu já não tinha nada sob controle mesmo.

Terminei de dobrar a última peça de roupa quando ouvi risos animados vindo do jardim. Dei uma espiadinha de leve pelas janelas, e vi Gael girar no alto uma menina de cabelos loiros escuros e pele muito pálida para uma brasileira. Ela usava o penteado maria Chiquinha e um vestidinho de fitas florido. A menina tinha aparência de ter uns quatro anos de idade.

A cena me despertou curiosidade, então, fiquei atrás das cortinas para saber quem era aquela garotinha e o que estava acontecendo.

A cena continuou a se desenrolar.

A menina envolveu seus bracinhos com força no pescoço de Gael e mostrou um sorriso largo e feliz, logo depois ele a colocou no chão e só então eu vi uma bela silhueta masculina se movendo em direção de Gael enquanto um braço forte suspendia uma mala. Mesmo estando a uma considerável distância, consegui ver que o homem que estava de costas para mim tinha o corpo muito bonito, ombros largos, braços fortes envolvidos em uma camisa polo azul e um lindo bumbum empinado preso nas calças jeans justa que ele usava. Ele apertou a mão de Gael, e deram um abraço de meio-ombro. E, quando o homem se virou em minha direção...

Aí. Meu. Deus!

 Deus!

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A Garota perfeitaWhere stories live. Discover now