- Capítulo 12 -

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- JOANA FLORES -

Desci as escadas com a minha filha no colo, o motorista logo se aproximou pegou nossas poucas bagagens e abriu a porta do carro para que pudéssemos entrar.

Acomodei a minha filha no banco enquanto sentia o motorista dar partida e se afastar cada vez mais do local que por anos foi meu lar. Meu coração tremia, junto de minhas pernas que mal conseguiam ficar paradas no mesmo lugar. Fechei os olhos tentando não imaginar o pior. Eu precisava ser otimista.

O carro tomou um caminho diferente do que no dia anterior quando fui enfrentar, Gael. Havíamos chegado em um bairro nobre. Fiquei olhando as placas com os nomes dos lugares, se fosse necessário fugir, eu saberia onde informar a polícia a minha localização.

Fechei os olhos com força ao perceber que o carro entrou em um condomínio de mansões. Só o fato de ver os enormes muros ao redor das propriedades, me aterrorizava.

Como eu ia fugir se precisasse?

O carro passou por uma rua perfeitamente asfaltada, e parou em frente a uma mansão que tinha portas e janelas de vidro, e três colunas de mármore que subiam até o segundo andar como design.

Logo na entrada da casa, havia uma mulher em pé com as mãos unidas em frente a saia do conjunto social preto que lhe vestia, ela estava à minha espera.

Ela tinha a aparência de ter uns quarenta e cinco anos, usava óculos de grau com cordinhas, tinha cabelos castanhos escuros lisos até o pescoço. Seus lábios eram grandes cumpridos e seus olhos eram castanhos escuros, porém amigáveis.

Ela me cumprimentou com um beijo receptivo, como se fôssemos velhas amigas, mas logo entendi que ela apenas queria que eu me sentisse à vontade.

— Prazer, me chamo Cristina, sou a governanta dessa casa. Gael me falou sobre você, pediu que eu apresentasse a casa e te acomodasse. Seja bem-vinda querida — sorriu e acariciou a cabecinha da minha filha, que permanecia no meu colo.

— Prazer, Joana, e essa é minha filha Isabel.

— É um castelo de princesa, mamãe? — minha filha tirou a cabeça do meu ombro e olhou tudo à sua volta.

— É filha, um castelo — respondi a minha filha que pulou do meu colo, completamente animada.

— Ela é tão bonita. — Amigavelmente a mulher acariciou o rostinho da minha filha. — Sigam-me por favor. — Disse em tom gentil. — Vou mostrar os quartos, assim vocês podem se acomodar e descansar, acredito que a viagem tenha sido cansativa. Depois apresento o restante da casa, pois é muito grande já não consigo descer e subir essas escadas a toda hora — riu.

— Imagino! — forcei um sorriso.

Caminhei atrás dela, que me conduziu a uma gigantesca escada de vidros, que dava acesso ao segundo andar. Um corredor extenso com portas de madeira brancas, estava à minha frente. Fui conduzida até um quarto, que foi aberto por Cristina, era simplesmente lindo; todo cor de rosa, uma cama pequena que ficava no meio de um painel de arco íris, logo ao lado um baú cheio de ursos de pelúcias, e uma prateleira repleta de boneca, que nem em meus mais ambiciosos sonhos eu poderia comprar. Havia um tapete rosa felpudo que cobria toda extensão do quarto, meus pés quase sumiram quando pisei nele. Minha filha desceu do meu colo, e subiu em cima da cama.

— Esse é o quarto da pequena, e logo ali — apontou para uma porta que ficava reservada —, é o closet dela, comprei tudo o que pensei ser mais agradável, espero que goste.

Me aproximei e abri a porta de leve. Quase me engasguei, pois, eram tantos pares de sapatos vestidos e roupas casuais que pensei estar vivendo um sonho.

Logo depois, Cristina me levou até o cômodo que deveria ser meu quarto, ela também caprichou na mobília. Lá havia uma cama de solteiro com cabeceira branca acolchoada, os lençóis eram brancos de seda pura. Aos lados da cama, havia luminárias de chão. O tapete era tão confortável quanto o quarto da minha filha. Logo a frente uma janela que tinha persianas também brancas. Ao me aproximar percebi, que aquele quarto tinha uma linda vista para o jardim interno com namoradeiras e áreas para praticar exercícios ao ar livre.

— Aqui fica seu banheiro. — Disse Cristina ao abrir uma porta que ficava no canto direito do quarto, e quando me aproximei... sorri encantada, pois era um banheiro luxuoso com banheira e móveis na cor marfim, e um nicho pendurado com várias toalhas e roupões. Ao lado da banheira havia uma prateleira com vários, óleos para massagem e sais de banho, nos quais eu jamais imaginei existir. Era incrivelmente perfeito.

— Logo ali é seu Closet. — Cristina caminhou até a porta ao lado, e lá havia um closet com vários compartimentos, todos eles preenchidos com roupas de todo modelo cor e estilo. Havia uma parte que continham vestidos de gala, e uma outra com várias lingeries de todas as cores e formas, algumas sensuais e outras estilo menininha, sapatos de salto e sapatilhas; incrivelmente todos eles do meu tamanho.

Não é possível, como ele sabia até o número dos meus pés? Me perguntei.

— Bem, fique à vontade, tudo é seu. Gael disse que passará o dia fora, mas pediu para avisar que chegará para o jantar.

— Ah! — murmurei ao me lembrar dele. Cretino! — Eu ainda tenho que ser obrigada a jantar na companhia dele?

Cristina me olhou com o cenho franzido.

— Não, entendi bem... aqui só recebo ordens, mas — ela me lançou um olhar desconfiado. — Seja lá o que estiver acontecendo... Quero dizer que ele pode ser uma pessoa caprichosa, tenta até mesmo parecer duro e cruel às vezes, mas, é um menino bom. Dentro daquele coração fechado há uma grande dose de amor escondido.

— Amor? Esse homem tem tudo dentro do peito menos amor — murmurei irritada.

Ela uniu as mãos em frente a saia social.

— Enfim... fique á vontade e desfrute de tudo nesta casa.

— Obrigada — respondi ao me sentar na cama e deslizar as mãos sobre aqueles lençóis tão macios e sedosos.

— Há! — Cristina que ia saindo do quarto, voltou. — Quase me esqueci de avisar, descanse, pois o dia vai ser cheio.

— Por quê? O que vou precisar fazer?

— Bem, também recebi ordens de que deveria levá-la ao salão para fazer as unhas e o cabelo, e algumas coisas mais.

— Me sinto ótima, do jeito que sou — resmunguei.

Eu já estava quase me convencendo de que Gael me faria de escrava sexual, não havia mais dúvidas. O que faz com que um homem se preocupe em cuidar da estética de uma mulher a não ser por interesses?

— Mas... melhorar nunca é demais. — Ela me deu uma tapinha gentil no ombro e me deixou sozinha no quarto pensando em como eu consegui entrar naquela fria.

 — Ela me deu uma tapinha gentil no ombro e me deixou sozinha no quarto pensando em como eu consegui entrar naquela fria

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A Garota perfeitaWhere stories live. Discover now