- Capítulo 70 -

19.3K 1.3K 47
                                    

- GAEL CARTIER-

Era terrível não saber como agir diante de Joana, e toda vez que ela me lançava aquele olhar magoado eu me sentia o mais miserável dos homens.

Após dançar com Isabel, dei um beijo em seu rosto e disse para ela ir brincar com suas amiguinhas. Quando vi seu pequeno corpinho correr em direção a máquina de bolas de sabão onde havia outras crianças, dei uma última olhada para Joana, e ela continuava lá, sentada no bar, de braços cruzados me olhando como se eu fosse um criminoso.

Suspirei me sentindo derrotado.

Estava na cara que Joana não me amava mais, não depois da forma desprezível como agi.

Caminhei em direção à área de lazer, onde havia alguns convidados de Margaret em volta da piscina, segurando suas taças de drink com guarda-chuvinha, conversando, rindo e curtindo ao som das batidas da música.

Passei por eles e caminhei para o jardim que Joana e eu, juntos, reformamos. Depois que Joana foi embora, aquele passou a ser meu lugar favorito naquela casa, lugar que havia sua marca registrada, pois, todas às vezes em que eu olhava para as pequenas mudas de plantas que se desenvolviam todos os dias, eu me lembrava do sorriso da mulher que foi capaz de fazer com que as engrenagens enferrujadas do meu coração voltassem a funcionar.

Me sentei no banco de madeira que ficava debaixo da estrutura que comportava as trepadeiras e joguei meus cotovelos por cima dos meus joelhos. Respirei o ar fresco da noite e aliviei os pulmões, lutando contra o desejo de voltar até o salão, pegar Joana à força, e beijá-la até que ela se lembrasse de todos os nossos momentos juntos.

Mas eu não podia forçá-la, não podia agir como um imbecil novamente e estragar tudo.

Fui tirado dos meus pensamentos quando senti uma mão delicada, macia e quente tocar meu ombro.

Olhei para trás e vi Polyana, uma antiga amiga da época da faculdade. Ela era uma linda mulher de rosto fino, olhos azuis safira arredondados, lábios carnudos e cabelos loiros escorridos até o meio das suas costas.

Meus olhos foram na direção do gigantesco decote de seu vestido rosa justo, que salientava seus bustos fartos, cintura fina e quadris largos.

— Um lobo solitário?

Ela passou por mim segurando uma taça de drink e se sentou ao meu lado.

— Polyana? — Sorri surpreso. — Não sabia que vinha.

— Você conhece nosso amigo Henrique, ele fez questão que eu viesse. — Ela me cumprimentou com um beijo no rosto. — A festa está ótima, não está gostando?

Dei uma sutil olhada na direção do salão e me lembrei de Joana com seu olhar magoado.

— Eu só queria tomar ar fresco.

Ela riu jogando os cabelos para trás das costas, cruzou as pernas e me olhou apertando seus incríveis lábios carnudos.

— A verdade é que fiquei admirada quando me contaram que a festa da namorada de Henrique seria aqui na sua mansão. Acredite, eu não perderia por nada! Isso é um milagre! — Ela sabia que eu odiava festas.

Ri de sua sinceridade.

— Sim. Henrique é uns dos meus melhores amigos e Margaret é uma das melhores amigas da... — Me calei.

Mulher que amo.

— Você parece tão desanimado — comentou.

— Questões da vida!

— Ah, Gael... por Deus! Não acredito que no meio de uma festa dessas você vai ficar assim, pra baixo... — Ela me avaliou com olhar divertido. — Eu já sei do que você precisa!

Levantei os olhos em sua direção.

— E, do que eu preciso?

Ela riu.

— Beber alguma coisa forte! Olha para você, nem mesmo está cheirando a... — Ela aproximou seu nariz do meu pescoço e fungou. Senti todo meu corpo arrepiar. Aquilo só poderia ser uma provação, eu ali sofrendo de amor por uma mulher que me odiava, e de repente, Polyana me aparece jogando seu charme. Acho mesmo que algum ser divino estava provando meu caráter para saber se eu realmente merecia o amor de Joana. — Bebida, aposto que não bebeu nada ainda.

Sorri sem graça.

— Estou indo devagar.

— Não seja por isso! — Ela se colocou de pé equilibrando-se sobre seus enormes saltos. — Eu vou pegar alguma coisa para você beber... Já volto! — Ela me deu as costas e saiu caminhando em direção ao bar.

Desde que Polyana e eu nos conhecemos, ela sempre deu indícios que nutria sentimentos por mim, mas, a mágoa que eu sentia de Jasmine me impediu de dar ênfase a qualquer lance que poderia acontecer entre nós dois, então preferi ficar na zona da amizade.

Enquanto eu pensava em Polyana, vi um vulto passar por mim e se sentar ao meu lado, e quando vi quem era não pude conter o sorriso que insistiu em se abrir em meu rosto.

Enquanto eu pensava em Polyana, vi um vulto passar por mim e se sentar ao meu lado, e quando vi quem era não pude conter o sorriso que insistiu em se abrir em meu rosto

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
A Garota perfeitaWhere stories live. Discover now