- Capítulo 15 -

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- GAEL CARTIER -

— Isso mesmo, cancela todos os compromissos que tenho para hoje... Assuntos pessoais... Perfeito! — Terminei de falar com minha secretária e desliguei o celular.

O dia mal havia começado e eu já estava animado. Era dia de levar a pequena Isabel para o colégio que eu havia escolhido, e como Joana foi extremamente indelicada comigo no jantar, eu decidi que iria fazê-la passar raiva até que ela me pedisse desculpas por sua grosseria.

Terminei de abotoar meu paletó, e ajustei a minha gravata. Saí do meu quarto olhando em direção a porta do quarto de Joana e estava fechada.

Quando entrei na cozinha, percebi que assim como eu havia dado ordens a Luz, ela preparou uma mesa de café da manhã bastante bonita, com frutas e todos os nutrientes necessário para uma criança se alimentar.

Me sentei a mesa e Luz me serviu uma xícara de café quente. E enquanto eu olhava meu Ipad conferindo as notícias do dia, vi Joana descendo as escadas de mãos dadas com Isabel. Ela estava linda, usando um vestido verde floral, com seus cabelos soltos e uma maquiagem leve, enquanto a pequena já usava seu uniforme escolar e carregava nas costas a mochila das princesas da Disney que mandei comprar.

— Bom dia príncipe! — ela desprendeu das mãos da mãe e correu e minha direção, me desferindo um beijo na face carregado de carinho.

— Bom dia princesa! — Falei tão entusiasmado quanto ela.

— Bom dia. — Murmurou Joana entre os dentes se juntando a nós a mesa.

— Príncipe, mamãe tem algo para te dizer — disse a menina entusiasmada.

Levantei às sobrancelhas e encarei Joana.

— Me deixa adivinhar, você resolveu ser um pouco mais agradável hoje?

— Cala a boca seu imbecil! — respondeu feito uma égua relinchando.

— Mamãe! O que conversamos? — A menina a repreendeu.

Ela respirou fundo e me olhou.

— Me desculpe, por ontem.

— Desculpa, eu não ouvi — falei só para vê-la se humilhar e me pedir desculpas em um alto e bom tom.

— Eu falei: Desculpa. — Continuou ela com a voz baixa.

— Ainda não consigo ouvir — provoquei.

— Eu disse: Desculpa! Droga! — ela gritou.

Ri interiormente. Que mulherzinha difícil!

— Disponha! Não demorem com o café temos que estar no colégio daqui a trinta minutos.

— Espera aí? Temos? — perguntou Joana.

— Sim, senhorita teimosia. Eu vou acompanhá-las. O que é? Sou um cavalheiro. Não pensou que eu deixaria você levar a princesa Isabel no colégio sozinha, pensou?

Insuportável! — vi os lábios dela se moverem.

— Então princesa, Isabel. Você quer que eu, o príncipe, te leve para o colégio em uma carruagem feita com as abóboras do jardim?

Joana poderia me odiar, mas eu tinha uma ótima aliada. Os olhos da menina brilharam intensamente junto de seu sorriso faltoso de dentes.

— Mas é claro, príncipe! — exclamou a menina empolgada.

— Mas, você deve entender uma coisa. Como estamos no século XXI as novas carruagens são feitas de quatro rodas, um motor super turbinado e um teto solar da hora, o que acha?

— Ora, príncipe, mas isso é um carro e não uma carruagem, mas parece legal.

— Bate aqui! — levantamos as mãos e batemos uma na outra.

Foi impagável ver o olhar mortal de Joana em minha direção. Eu não me considerava um cético sem coração, mas ver Joana me olhar com aquele olhar que ao mesmo tempo que me indicava perigo, me revelava uma boa dose de ousadia... aquilo me deixava louco... eu adorava mulheres difíceis.

 eu adorava mulheres difíceis

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A Garota perfeitaWhere stories live. Discover now