- Capítulo 31 -

28.7K 2K 32
                                    

- JOANA FLORES -

Ainda deitada na minha cama, sem nenhuma coragem para levantar e iniciar o meu dia, eu pensava e repensava no que havia acontecido na noite anterior.

Fiquei apavorada quando percebi que Gael me possuiria como mulher, e eu nunca tinha me deitado com um homem antes, eu sabia que seria dolorido e desconfortável, e eu não queria fazer papel de boba diante de um homem tão experiente como Gael.

Ele tinha mãos tão macias, beijos tão castos, e uma forma tão sensual de dominar uma mulher, que eu realmente fiquei frustrada por não ter dado continuidade aquela safadeza. Mesmo fugindo dele, precisei tomar um banho frio para tirar todas aquelas sensações que fez meu corpo pulsar.

Gael me deixou em chamas.

Me sentei na cama e olhei para o relógio digital do criado mudo, já passavam das nove. Me atrasei para o café da manhã de propósito, pois eu não tinha cara e muito menos coragem de encarar Gael, não depois do papelão que fiz.

Depois das higienes matinais, resolvi usar um conjunto formal para o dia. Uma camisa social preta, calças soltas brancas e salto. Deixei meus cabelos soltos e fiz uma maquiagem leve. A ideia era usar de todos esses artifícios para conseguir um emprego. Eu precisava sair da vida de Gael o quanto antes, afinal, eu não tinha medo dele, eu tinha medo de mim mesma, e do que eu poderia fazer com aquele fogo que crescia cada vez mais dentro de mim.

Minha filha já havia saído para o colégio, pois Cristina sempre cuidava dos seus horários quando eu me atrasava. E, depois de me certificar de que Gael já havia saído para trabalhar, peguei minha bolsa e fui até uma agência de empregos.

Fui muito bem recebida pela recepcionista que procurou cada vaga com muito cuidado segundo meu currículo.

Consegui três entrevistas para o mesmo dia, eu estava empolgada e esperançosa, mas, incrivelmente quando me perguntavam meu nome completo, o entrevistador arregalava os olhos e fazia todo um discurso enfadonho a respeito do meu potencial, tudo isso para me dispensar com uma "boa sorte".

Passei o dia procurando emprego, liguei para Luz e disse que me atrasaria para o jantar e pedi que Cristina colocasse Isabel na cama.

No trajeto de volta para casa, passei em frente à praia, então... decidi que eu precisava tirar um tempo para mim. Respirar longe de Gael, suas chantagens e dos meus hormônios que estavam entrando em erupção.

Me sentei em um quiosque localizado próximo a praia e pedi uma água de coco. À noite estava fresca, o vento marítimo trazia o delicioso cheiro da maresia, e o clima era perfeito para relaxar.

Acabei perdendo a noção do tempo e quando olhei para meu relógio de pulso, acabei me dando conta de que eram quase dez da noite.

Sinalizei para o primeiro táxi que passou pela rua, e fui direto para casa, torcendo para não me encontrar com Gael, pois o constrangimento ainda estava em meu ser intacto, não só por ter fugido, mas também por ter me comportado tão indecorosamente. Mas eu sabia que não poderia fugir a vida toda, uma hora eu teria de enfrentá-lo.

 Mas eu sabia que não poderia fugir a vida toda, uma hora eu teria de enfrentá-lo

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
A Garota perfeitaWhere stories live. Discover now