19_ Eu te odeio.

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Eliza Claire

12 horas antes da merda...

- Misericórdia... - O Theo negou com a cabeça me vendo quando eu desci as escadas.

- Não gaste suas palavras inúteis me xingando. - Revirei os olhos passando por ele com o meu vestido preto.

- Mas é a melhor coisa que eu sei fazer... - O Theo fez drama atrás de mim.

[...]

9 horas e 18 minutos antes da merda...

Eu desci da mesa que eu estava dançando em cima com um grito, e a garota que praticamente me empurrou na piscina de bolinhas me abraçou também gritando.

Uma outra pessoa aleatória me entregou mais um copo de bebida com um sorriso.

Todo mundo parecia sorrir ou gritar.

A música da festa estourava os meus ouvidos e os de todo mundo, mas ninguém parecia realmente se importar.

Quando eu cheguei na festa, eu estava com o Theo e a Zoé, mas eles acabaram por sumir depois, então eu fiz alguns amigos que não param de me entregar bebida.

Eu acho que vou convidar todo o pessoal daqui quando eu casar com o Harry Styles, com certeza eles vão fazer o melhor casamento.

Esbarrei contra um cara que assim que viu o meu rosto, decidiu puxar a minha cintura e sussurrar algo no meu ouvido.

- Você é só minha... - Eu fiz uma careta.

- Tá louco, urubu? Eu sou da minha mãe. - Empurrei ele.

Encontrei a garota que agora era minha amiga e ela me puxou pelo braço dançando.

- Tem um armário no canto ali, vai buscar mais bebida! - Ela gritou no meu ouvido por causa da música.

Ergui os meus dedões com um sorriso e andei até o armário quase caindo em todo mundo que dançava.

Passei alguns longos minutos tentando lembrar como uma maçaneta funcionava e quando finalmente consegui abrir a porta ela bateu na minha cara.

Recuei segurando o meu nariz que tinha levado parte do golpe junto do meu olho enquanto segurava a porta aberta com a outra mão e entrei.

A porta se fechou sozinha atrás de mim e com a luz quase inexistente no lugar, eu procurei as bebidas.

Achei um detergente verde e fiz questão de cheirar ele.

Tinha cheiro de maçã...

Coloquei um pouco na minha boca mas cuspi logo em seguida sentindo o sabor de sabão.

Hoje em dia não se pode nem confiar mais nos detergentes...

Eu me desequilibrei segurando uma estante, e acabei por cair contra uma outra estante, fazendo algumas latinhas caírem na minha cabeça.

As bebidas!

Segurei duas latinhas e fui animada empurrar a porta, mas acabei por bater contra a porta e cai pra trás, derrubando uma prateleira inteira de detergentes.

Quem tem tanto detergente em casa?

Na minha casa era no máximo uma gota de detergente e um rio de água pra lavar uma semana inteira de louça.

Levantei e fui determinada até a porta de novo, procurando pela maçaneta.

Eu tinha acesso a pouca luz, graças as luzes da festa que passavam por alguns buracos minúsculos na parede e por causa da luz que escapava pela porta.

Depois de longos minutos percebi que não havia maçaneta do lado de dentro do armário.

Arregalei os olhos e abri a boca em choque enquanto ainda segurava as latinhas de cerveja na mão.

[...]

8 horas antes da merda...

Eu já tinha tentado gritar, o que foi completamente inútil por que não se escutava nada além da música da festa. Tentei bater na porta mas as pessoas de fora provavelmente pensaram que era alguém transando selvagem. Tentei passar um código morse que eu inventei por um dos buraquinhos da parede mas as pessoas não entendiam a minha linguagem.

Então, um tempo depois, eu sentei em uma caixa aleatória e dancei cada música que passava.

Mas isso já faz 40 minutos e agora eu to adormecendo em uma pilha de latinhas de feijão.

A porta foi bruscamente aberta, revelando a imagem do Theo nela.

Ele tinha a testa franzida e as sobrancelhas estavam juntas, demonstrando a frustração que era acompanhada pelos olhos semicerrados.

Quando ele me viu puxando um detergente vermelho pra beber, suspirou aliviado e entrou no armário pra me puxar.

Eu encarei ele confusa e ao mesmo tempo aliviada, mas a porta se fechou atrás dele e eu gritei automaticamente fazendo o Theo me encarar em pânico.

- A porta, seu imbecil! - Bati no braço dele com raiva.

O Theo me encarou confuso por alguns segundos antes de virar e tentar abrir a porta.

Vi os seus olhos se arregalando quando ele percebeu que não tinha uma maçaneta e se virou pra mim em pânico.

- Sua arrombada... - Ele sussurrou com ódio.

- Eu? Você foi o embuste embrulhado na puta que pariu que deixou a porta fechar! - Insultei me levantando da caixa.

- Eu devia ter te deixado apodrecer aqui dentro. - Ele desejou.

- E eu devia ter te castrado quando tive oportunidade.

- Eu te trouxe para essa festa, então eu tinha que te levar pra casa. Eu não tenho culpa se você é uma maldita irresponsável que não pensa nas consequências. - Se aproximou com raiva.

- Essa é a sua consequência por ter me trazido e eu espero que você engula a porra de uma barata enquanto está aqui dentro. - Apontei pra ele irritada.

- Eu te odeio. - Ele soltou com a mandíbula travada.

- Como se eu ligasse, peste. - Falei mantendo contato visual com ele.

continua...

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desisti das minhas férias pq fiquei c preguiça

O IntercâmbioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora