34_ Brigando ou flertando.

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Eliza Claire

Ótimo, eu estou presa com o Theo safadão no elevador.

- Por que Dracos nós sempre acabamos presos em algum lugar? - Reclamei.

- Deve ter a ver com a sua idiotice. - Ele provocou e eu virei meu rosto pra ele brava.

- Eu sou mais inteligente que você. - Afirmei.

Era verdade. Um cara que come presunto com abacate não tem nada além de um neurônio suicida.

- Fala a garota que não sabe geografia básica. - Ele retrucou e eu abri a boca ofendida.

- Ok, agora isso é apenas bullying. - Falei e o Theo caiu na risada.

- Você vive me espancando. - Ele se defendeu.

- Porque você merece! - Falei como se fosse óbvio.

- O que eu fiz pra merecer o seu ódio? - Ele perguntou indignado.

- Você quer mesmo que eu fale? - Quase gargalhei com a pergunta e o Theo semicerrou os olhos pra mim.

- Tome cuidado com as suas palavras, eu sou bastante sensível. - Ele avisou e eu sorri com maldade.

Eu vou destruir esse garoto.

- Indo por ordem cronológica, você me atropelou e entrou em uma briga comigo, me obrigando a te espancar. - Lembrei.

- Eu não te atropelei e foi você quem começou a briga. Eu apenas me defendi e você não me espancou. - Ele argumentou e eu encarei o mesmo em choque. - Foi uma luta justa.

- Nós vamos mesmo ter a mesma discussão de sempre? - Questionei indignada.

O Theo me encarou por alguns segundos, como se tentasse se certificar de algo e eu pisquei confusa.

- Você não lembra de nada que aconteceu no armário? - Perguntou com a voz baixa.

Ele também tá no armário?

- Que arm... O da festa? - Fiquei ainda mais confusa e o Theo sorriu.

- Levando em conta que você não lembra, eu só queria te dizer que tudo que eu declarei dentro daquele armário foi para você e totalmente verdade. - Ele admitiu orgulhoso.

- Qual o propósito de me dizer que tudo foi verdade quando eu não faço a mínima ideia do que foi verdade? - Encarei ele como se ele fosse o pau da Xuxa em pessoa. - Esse é um dos muitos motivos de eu te odiar, sabia?

- Ah, por favor, continue me lembrando por quê você me odeia. - Ele sorriu bobo pra mim.

- Você precisa que eu te ofereça um pouco de humildade? - Provoquei.

Ele deve chutar uns 5 velhos pobres na rua por dia, deve ser por isso que o pombo cagou na cabeça de piroca que ele tem.

- Eu sou muito feliz com a quantidade de humildade que eu nasci. - Ele falou ofendido.

- Outra, você gosta de abacate com presunto. - Lembrei com nojo.

- Você comeu e gostou! - Ele se virou pra mim desacreditado. - Viu? Esse é um dos motivos de eu te odiar, você é extremamente julgadora.

- Julgadora? - Repeti como se fosse a maior idiotice do mundo. - Você... você é...

- Você nem consegue achar um insulto pra mim. - Ele sorriu. - Eu sou perfeito.

- Onde você arranjou essa auto estima toda? No cu do Silvio Santos? Você não passa de um...

- Continuo sendo perfeito. - Ele abriu um sorriso ainda maior e eu quase tive vontade de usar ele pra arrombar as portas do elevador.

Ele vai ter que servir pra arrombar algo!

- Arrogante. Estúpido. Patético. Ignorante. EGOCÊNTRICO! - Insultei me aproximando dele.

- Não consigo diferenciar se estamos brigando ou flertando... - O Theo sussurrou e eu revirei os olhos indignada.

- Extremamente idiota. - Sussurrei de volta.

- Por favor, continue me lembrando de todos os meus defeitos e motivos de você me odiar, e assim eu talvez não faça nada de errado hoje. - Ele pediu, dizendo a palavra "errado" com uma certa ironia.

- Se ficarmos sem oxigênio aqui nesse elevador, a culpa vai ser toda sua!

- Você me deixou sem ar muitas vezes e eu nunca reclamei. - Ele soltou em resposta.

- Eu juro que se não fosse por você, esse intercâmbio seria perfeito. - Declarei diante da audácia dele.

- Tem certeza que não sou eu que torno ele perfeito? - Ele provocou me encarando com os olhos de pombo.

Eu realmente devo ter ficado traumatizada...

- E o que você quis dizer com ficar sem ar no elevador? - Ele me encarou confuso antes de arregalar os olhos. - Você é péssima em física também? - Riu.

- Eu vi uma reportagem. - Me defendi.

- E eu achei que apenas os idosos usavam Facebook... - Murmurou e eu me virei pra ele mais rápido que eu gozando.

- Se você fosse o meu marido, eu envenenaria o seu vinho. - Confessei com uma cara de bunda irritada.

- E se você fosse a minha esposa, eu beberia. Sem hesitação, querida. - Ele jogou a sua cabeça pra perto de mim, me fazendo sentir a sua respiração perto da minha bochecha.

- Você realmente é lindo, não é? - Murmurei mordendo o meu lábio inferior perto do rosto dele.

- Sério? - Questionou confuso.

- Não. - Ri me afastando.

- Você é cruel. - Ele semicerrou os olhos pra mim. - É atraente.

Soltei uma risada nasal com indignação e depois de um tempo em silêncio, senti o Theo tocar a minha mão que estava brincando com o chão do elevador.

Os dedos do Theo apenas percorreram do meu indicador até o meu pulso com carinho e eu levantei o meu olhar até os seus olhos pra capturar qualquer expressão diferente.

Senti algo como um possível frio na barriga e rapidamente tirei a minha mão de perto do Theo, recolhendo ela perto da minha coxa.

- Apenas você pode decidir o que te quebra. - Citou.

- É de um dos meus livros favoritos. - Sorri.

- Eu sei, foi por isso que comecei a ler. - Contou.

- O que te quebra? - Arrisquei perguntar, temendo a resposta.

- Você. - Ele respondeu um tempo depois. - Você me quebra toda vez que eu te vejo.

- É por isso que você me odeia? - Questionei e o Theo me lançou um olhar como se eu fosse uma idiota.

- É por isso que você me odeia? Porque você tem a capacidade de me quebrar sem nem mesmo me tocar? Apenas com esse seu olhar mandão? - Apesar do tom divertido, o olhar dele era sério.

Eu continuei trocando olhares com o Theo, sem saber o que responder, até que soltei uma pequena risada baixa.

- Eu te odeio. - Neguei com a cabeça desacreditada.

- Oh, você realmente me odeia? - Sorriu de lado ficando na minha frente.

Respirei fundo, sentindo o meu coração acelerar e ergui uma sobrancelha em desafio para o Theo, enquanto lubrificava a minha boca.

- Você diz que me odeia, mas o seu corpo diz algo bem diferente... - Ele sussurrou com a voz arrastada e eu engoli seco.

Eu soltei uma pequena risada desacreditada, apenas pra tentar acalmar o meu provável e próximo ataque cardíaco, quando senti dedos subirem pela minha coxa.

continua...

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amo vcs:)

O IntercâmbioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora