Lyanna

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Olá!

Espero que tenham tido boas festas de final de ano, e que venha 2022. Lembrando: quem tem 16 anos ou vai fazer 16 anos até meados de Agosto, podem tirar título de eleitor para votar na presidência. Não deixem a geração anterior decidir o futuro de vocês por vocês, em 2018 a geração anterior decidiu e estamos com Bolsonaro na presidência.

Ademais; boa leitura. Não esqueçam de favoritar e comentar.

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Lyanna

Não era o fim do mundo, não. Megalos não via como Camila poderia fazer qualquer coisa para afetá-la. A mulher poderia ser ardilosa o quanto fosse, não seria tão fácil assim. No fundo, era uma mulher inquebrável. Não estava preocupada com o encontro que teve com a curadora no dia anterior, e para ser honesta, não tinha tempo para perder pensando nisso. Não ousou voltar a pensar naquela mulher e não o faria por um bom tempo. Não julgou que era digna de seu tempo para que houvesse esforço em sua inimizade.

Principalmente porque Altair, com sua saúde extremamente frágil, acordou em um estado febril que automaticamente tirou Lauren de sua empresa. Tinha familiares vivos na Grécia, mas não era obrigação deles olhar seu filho para que pudesse trabalhar. Para ser honesta, não conversava com seus pais anos a fio, desde que se casou forçadamente com Heitor. Eles sequer fizeram questão de conhecer Altair.

Lauren olhou para o termômetro, medindo a temperatura dele pela terceira vez apenas naquela manhã. Não gostava das febres altas, lembrava de como Altair era um bebê e tinha convulsões. Não entendia os motivos para que ele tivesse um sistema imunológico tão frágil. Não, definitivamente, não poderia simplesmente ir trabalhar.

— Está parecendo preocupada. – Comentou Altair, fazendo Lauren franzir a testa para o garoto.

Era uma péssima mãe, sabia disso. As reações surpresas de Altair cada vez que tinha um ato de cuidado, mostrava muito bem. Não se enganava quanto aos seus dons maternos extremamente escassos, mas não se lembra de um momento sequer que deixou Altair com uma babá enquanto ele estava doente. Apesar de não parecer, com toda certeza, jamais confiava o garoto nas mãos de qualquer pessoa. Era impulsivo, sentia um nó em seu estômago a repreendendo apenas de cogitar ir resolver qualquer coisa que não envolvesse Altair enquanto ele estava doente.

A fé é pessoal de cada um. Acendeu velas e fez um ritual para Esculápio, O deus da medicina, que outrora foi filho de Apolo com a mortal Corônis. O deus dos desesperados por uma cura, e Lauren sempre ficava desesperada instintivamente quando ele estava doente. Como havia pensado tantas vezes, apesar de odiar o pai do garoto, e odiar a ideia de ter tido um filho com ele, ainda não era o suficiente para odiar Altair. Ele precisava de seus cuidados, então se disponibilizava a fazer o mínimo quando não era presente emocionalmente para ele.

Lauren tocou o rosto quente e pálido do garoto, acariciando a bochecha dele com o polegar.

— Você é ainda é meu. – Há naturalidade em dizer isso. Altair era uma extensão de seu próprio corpo, veio de si e apesar de ter sido incisiva sobre se mudarem para Atenas, não teria deixado ele para trás.

Eventualmente, em algum momento em que o sol nascesse no dia da viagem, faria Altair vir consigo, ele gostando disso ou não. Não se importava se ele gostava ou não, mas sabia que não o deixaria com Heitor. Não daria o gosto para Heitor em deixá-lo para trás. Deu a sensação de que Altair tinha escolha, mas ele não tinha. Heitor mataria o menino se tivesse a chance.

— É definitivo? – Altair pergunta em voz bem baixa, frágil. A temperatura de sua pele, ao menos estava começando a ficar menos febril.

— O que? – Perguntou Lauren, distraída enquanto torcia o pano molhado na bacia e colocava na testa dele. Lutar com a febre altíssima que atingia Altair sempre era um grande desafio cansativo. Mal dormiu, então é claro que também não conseguiria trabalhar. — A febre está diminuindo.

A GregaWhere stories live. Discover now